Produtores de Melgaço vão protestar contra alargamento da produção de vinho Alvarinho

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Porto Canal / Agências

Melgaço, Viana do Castelo, 24 dez (Lusa) - Cerca de 400 produtores da Adega Quintas de Melgaço vão manifestar-se a 13 de janeiro, no Porto, contra o alargamento da produção de vinho Alvarinho a todos os concelhos da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).

A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo representante dos produtores de uvas, acionistas daquela empresa com sede em Melgaço, no distrito de Viana do Castelo.

Segundo Eduardo Nóvoas, o protesto vai decorrer à porta da CVRVV, no Porto, "no mesmo dia e hora" em que ocorrerá nova reunião do grupo de trabalho constituído pelo Governo e liderado pela CVRVV, defensora do alargamento da produção a todos os concelhos que a integram, para alcançar um acordo entre todos os produtores.

O representante daqueles acionistas, que detêm 30% do capital social da Adega Quintas de Melgaço, adiantou que a Câmara Municipal, acionista maioritária (70%), "irá garantir o transporte para a manifestação".

O protesto para exigir a manutenção da exclusividade da designação Vinho Verde Alvarinho à sub-região de Monção e Melgaço foi decidido "por esmagadora maioria", em assembleia geral extraordinária, no passado dia 21 de dezembro.

Contatado pela Lusa, o presidente da Associação de Produtores de Alvarinho (APA), com sede em Monção, escusou-se a fazer comentários sobre o assunto.

A APA representa 60% dos agentes económicos daquela sub-região demarcada centenária, que, no seu todo, corresponde a 80% do volume de negócios desta atividade, estimada em cerca de 25 milhões de euros.

Os municípios de Melgaço e Monção, que desde 1908 detêm e pretendem manter a exclusividade de produção de alvarinho, contestam o alargamento aos 47 concelhos que integram a CVRVV por considerarem que representa "mais uma estratégia de pressão utilizada por parte de empresas importantes na área dos vinhos verdes que também querem ter a possibilidade de produzir aquele vinho".

Defendem que o território que integra a sub-região "reúne as condições adequadas para a produção de alvarinho na sua excelência".

Além disso, sustentam, "depende dessa exclusividade a riqueza da sub-região".

Argumentam ainda que o alargamento "não vai garantir a qualidade" e que, pelo contrário, "vai pôr em causa todo o prestígio, nacional e internacional, angariado pela sub-região, através de décadas de trabalho e esforço dos viticultores e engarrafadores locais, com consequências dramáticas para a economia destes municípios".

"Ao contrário do que argumentam os defensores do alargamento, a alteração das regras atuais não iria aumentar os rendimentos de nenhum agente, dentro e fora da sub-região, mas sim levar a uma transferência de valor, mais concretamente uma diluição de valor por uma região inteira, e certamente gerar uma catástrofe na economia de um pequeno território", sustentam os 400 produtores da Adega Quintas de Melgaço.

Anualmente, a Adega Quintas de Melgaço produz cerca de 900 mil quilogramas daquela uva.

A seleção "das melhores" dá origem a mais de um milhão de garrafas de vinho alvarinho.

ABYC // CSJ

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