Autarca de Santo Tirso "preocupado" com transferência do hospital para a Misericórdia
Porto Canal com Lusa
O presidente da câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, manifestou hoje "preocupação" face à decisão do Governo de transferir o hospital deste concelho para a Misericórdia local e disse ter "reservas" quanto à manutenção das valências.
O hospital de Santo Tirso integra o Centro Hospitalar do Médio Ave, juntamente com a unidade de Famalicão, e a 16 de dezembro passado, com a assinatura em Lisboa do terceiro "Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário" foi anunciada a sua passagem para a alçada da Santa Casa.
Hoje, após uma reunião com a administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, Joaquim Couto disse estar "profundamente preocupado com o futuro daquela unidade hospitalar e com os postos de trabalho".
O líder daquele concelho do distrito do Porto também reiterou ter "muitas reservas quanto à manutenção das valências existentes no hospital de Santo Tirso" se vier a verificar-se a passagem para a Misericórdia, embora tenha procurado vincar que reconhece "o papel fundamental na assistência social" que aquela instituição presta.
O autarca eleito pelo PS aproveitou para criticar o Governo PSD/CDS-PP: "Insiste em ignorar o poder local, ao não envolver a câmara numa questão tão importante para a qualidade de vida da população de Santo Tirso", disse.
"A câmara estará sempre ao lado da população e dos colaboradores do hospital, na defesa intransigente de um serviço de saúde público no concelho", lê-se num comunicado enviado à Lusa pela autarquia de Santo Tirso.
No dia do anúncio da passagem desta unidade para a Misericórdia de Santo Tirso, em declarações à Lusa, o provedor desta instituição, José Santos Pinto, disse estar aguardar que o Governo avance com uma "negociação".
Na última sexta-feira, três dias após ter tido início esta discussão, em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) garantiu que o hospital de Santo Tirso continuará integrado no Serviço Nacional de Saúde, que não se verificará qualquer redução de valências e que se propõe a "iniciar um processo negocial" com a Misericórdia.
A agência Lusa contactou o conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, que não quis comentar este processo.
Além do hospital de Santo Tirso, vão passar para as santas casas, no âmbito deste terceiro "Compromisso", as unidades de São João da Madeira e do Fundão.