Comissão recebida pelo negócio dos submarinos foi "única e extraordinária" - presidente da Rioforte

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 16 dez (Lusa) - O presidente da Rioforte, Manuel Fernando Espírito Santo, garantiu hoje que a comissão de um milhão de euros recebida para cada ramo que estava representado no Conselho Superior do grupo devido ao negócio dos submarinos foi "única e extraordinária".

"Foi uma remuneração extraordinária, porque o Conselho não aufere qualquer tipo de remuneração", afirmou perante os deputados da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, reforçando que "foi uma retribuição única a nível de Conselho Superior".

Segundo corre nas notícias, cada um dos cinco ramos do universo Espírito Santo (quatro da família e o de Mosqueira Amaral, o clã aliado histórico do grupo) recebeu uma comissão de um milhão de euros devido ao envolvimento na operação de compra de dois submarinos pelo Estado português a um consórcio de empresas alemãs.

Mas tem sido falado com insistência de que houve um sexto elemento que também recebeu uma comissão de um milhão de euros.

O deputado do PS, José Magalhães, tem sido um dos mais ativos a tentar apurar a verdade sobre esta matéria desde que os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES arrancou.

"Quem é a sexta pessoa que ganhou uma comissão pelos submarinos? Tinha que fazer esta pergunta, senão ficava gago", atirou o deputado socialista.

"Não sei quem era o sexto homem", garantiu Manuel Fernando Espírito Santo.

José Magalhães acusou o presidente da Rioforte, 'holding' de topo do GES, de não ter declarado o recebimento dessa comissão de um milhão de euros às autoridades fiscais.

"Há documentos que provam que a testemunha recebeu o que chama de retribuição especial, mas não a declarou ao fisco", realçou o deputado, referindo-se a uma carta datada de 2013 que foi dirigida aos nove membros do Conselho Superior do GES (dois elementos por cada ramo do grupo, com exceção para Ricardo Salgado, presidente, que não nomeou mais nenhum representante para aquele órgão).

"A carta de 2013 foi dirigida aos nove membros do Conselho Superior", confirmou Manuel Fernando, sublinhando que a mesma definia que "a retribuição a título especial [foi recebida] em 2004 e 2005, mas que tinha sido a última porque o Conselho Superior não recebia retribuições".

Sobre a sua situação específica, o antigo administrador não executivo do BES garantiu que aproveitou o regime especial de regularização de impostos concedido pelo Estado para regularizar a questão.

"Paguei o imposto sobre um milhão", assegurou, admitindo que fez uma correção fiscal.

DN/PPF // ATR

Lusa/fim

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