O bastonário da Ordem dos Enfermeiros denunciou as "condições degradantes" da Unidade de Saúde da Colina, Braga, e o número "insuficiente" de enfermeiros nas unidades de Cuidados Integrados e Continuados desafiando o ministro da Saúde a "visitar estas unidades".

Ao visitar hoje serviços de Saúde do concelho, Germano Couto disse estar "deveras preocupado" com as "lacunas" em algumas das unidades do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Braga.

O responsável visitou também o Hospital de Braga de onde afirmou sair "agradado" com o nível de "satisfação" dos profissionais de enfermagem do hospital, que se mostraram "integrados, reconhecidos", e apontou como "suficiente" o número de enfermeiros no hospital.

"O que vi no Centro da Colina foram condições degradantes, falta de higiene. Um local sem condições para estar de portas abertas. Foi-me dito que foram obrigados a abrir por capricho da Associação Regional de Saúde do Norte, para entrar nos números", denunciou o bastonário.

Segundo Germano Couto, "o funcionamento e a prestação de cuidados de saúde naquele local só continua graças à responsabilidade dos profissionais que ali trabalham que, mesmo sem condições, não deixam cair os braços".

O bastonário afirmou ainda existirem "lacunas" no ACES de Braga, "transversais a outros pontos do país", que o deixaram apreensivo.

"Fiquei deveras preocupado com o algumas das coisas que assisti. Principalmente com a falta de material e o número insuficiente de enfermeiros. É inconcebível que doentes dos Cuidados Integrados e Continuados assistidos no domicílio não sejam devidamente atendidos por falta de material", disse.

Até porque, apontou, "um doente internado num hospital custa ao Serviço Nacional de Saúde 300 euros por dia, enquanto os domiciliados custam apenas 100 euros", mas o facto de não estarem internados "não pode prejudicar os doentes no acesso aos cuidados de saúde".

Germano Couto afirmou que "já" deu a conhecer "muitas destas situações" ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, a quem lançou um desafio: "visite uma destas unidades para perceber o que realmente se passa na Saúde em Portugal".

Sobre o Hospital de Braga, o bastonário disse estar "mais descansado" do que na última visita, em 2011, antes da mudança de instalações do hospital.

"Na altura vi profissionais muito apreensivos. Preocupados. Agora deparei-me com profissionais satisfeitos, na sua maioria. Com um corpo de enfermeiros integrado, que se sente reconhecido, em número praticamente adequado às necessidades", descreveu.