Juros da dívida de Portugal a subir a dois anos e a cair a cinco e 10 anos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 23 jul (Lusa) -- Os juros da dívida soberana de Portugal estavam hoje a subir a dois anos, mas continuavam a descer nos prazos mais longos, com os juros a 10 anos a caírem para níveis verificados a 1 de julho, antes do início da crise política.
Às 8:55, os juros a 10 anos estavam a ser negociados a 6,375%, depois de terem fechado a 6,389% na segunda-feira e a 6,394% a 1 de julho, dia da apresentação da demissão do ministro das Finanças, Vitor Gaspar, que desencadeou a crise política.
Durante a crise política, os juros a dez anos subiram até aos 7,508% a 12 de julho, um máximo desde novembro de 2012.
Em contrapartida, os juros da dívida a dois anos estavam hoje acima dos valores registados antes da crise e a subir face a segunda-feira, a transacionarem-se a 4,742%, depois de terem fechado a 4,670% na sessão anterior.
Os juros da dívida a dois anos também atingiram um máximo desde novembro de 2012 durante a crise, quando subiram até aos 5,775% a 12 de julho.
No prazo de cinco anos, os juros estavam hoje a negociar a 5,833%, abaixo dos 5,847% de segunda-feira, mas também em níveis superiores ao valor prévio à crise, de 5,211% a 1 de julho.
Durante a crise, os juros a cinco anos dispararam para 7,324% a 12 de julho, um máximo desde novembro de 2012.
Os juros têm fechado a cair em todas as maturidades face aos máximos de 12 de julho e desceram, depois do Presidente da República ter anunciado no domingo a manutenção do atual executivo até ao fim da legislatura.
Depois do fracasso das negociações, revelado na sexta-feira, de um acordo entre os três partidos que assinaram o memorando de ajuda de ajuda externa, PSD, CDS-PP e PS, e já depois do encerramento dos mercados, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, anunciou no domingo a manutenção do atual executivo ao fim da legislatura.
A 10 de julho, o Presidente da República tinha proposto, numa comunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permitisse o programa de ajuda externa e eleições antecipadas a partir de junho de 2014.
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