Porto, 19 jul (Lusa) - O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira disse hoje que, caso seja eleito, pretende "continuar o trabalho muito meritório que tem sido feito nos bairros sociais" pelo atual executivo municipal.

Rui Moreira visitou durante a tarde de hoje o bairro da Rainha D. Leonor, que se divide entre as freguesias da Foz e de Lordelo do Ouro e que já foi parcialmente reabilitado, mantendo-se, porém, cinco blocos em más condições e com várias habitações desabitadas.

O candidato foi ali precisamente para dar conta do seu projeto para recuperar os edifícios degradados, que passa por fazer obras faseadas sem, contudo, transferir os moradores para outros bairros sociais.

A sua exposição foi testemunhada por cerca de três dezenas de moradores, a maioria mulheres, e pela sua candidata à futura Junta de Freguesia de Lordelo e Massarelos e atual presidente da Junta de Massarelos, Sofia Maia.

Rui Moreira procurou sossegar os moradores quando ao modo como os trabalhos vão ser feitos, alguns dos quais receiam ainda que os tirem dali.

"Não queremos fazer tudo de uma vez", esclareceu Rui Moreira, informando que os moradores de um prédio que vai ser reabilitado vão ser transferidos para outro ao lado, esperando aí que as obras no seu terminem.

"Não acreditamos em realojamentos temporários fora do sítio onde as pessoas vivem", explicou.

No bairro da Rainha D. Leonor, "pretende-se dar continuidade ao processo de regeneração" que a Câmara iniciou, "intervindo nos cinco blocos" restantes, onde estão ocupadas cerca de 70 habitações das 100 existentes.

As habitações têm uma área aproximada de 50 metros quadrados, que será aumentada para cerca de 60 metros quadrados com a intervenção proposta.

Trata-se de um projeto "a quatro anos, comportando a demolição dos edifícios um a um, da mesma forma que a construção será bloco a bloco".

"A reabilitação é inexequível porque os prédios estão muito degradados e custo seria maior do que construir de novo", sustentou, tendo, porém, referido que "é uma reabilitação profunda porque exige demolição e reconstrução".

Rui Moreira quer "que a intervenção seja um marco na regeneração urbana de equipamentos sociais e que se sustente num conceito de coesão, aumentando o sentimento de pertença".

O candidato salientou também que, desse modo, pretende combater "o sentimento de insegurança e de abandono" que disse ter encontrado entre os moradores, muitos dos quais gozam de uma vista privilegiada sobre o Rio Douro.

A intervenção envolve um "investimento aproximado de 2,5 milhões de euros".

No final, Rui Moreira aproveitou uma questão sobre o circuito automóvel da Boavista para sustentar que a prova tem de "causar menos incómodos à população".

"Tem de se montar o circuito mais de pressa e, principalmente, desmontar muito mais depressa. Passaram três semanas e continuamos a ver cruzamentos fechados por causa de pontes pedonais que deviam ter sido a primeira coisa a ser desmontadas", afirmou.

Além de Rui Moreira, estão na corrida à Câmara do Porto o socialista Manuel Pizarro, o social-democrata Luís Filipe Menezes, o comunista Pedro Carvalho, o bloquista José Soeiro, o também independente Nuno Cardoso e José Manuel Costa Pereira, do Partido Trabalhista Português.

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