Horta comunitária em Ermesinde gera discussão entre junta e câmara de Valongo
Porto Canal / Agências
Valongo, 10 out (Lusa) - A criação de uma horta comunitária junto à escola das Saibreiras, Ermesinde, concelho de Valongo, está a gerar "mal-estar" junto da comunidade, garantiu hoje o presidente da junta de freguesia, enquanto A câmara garante estar a "dar resposta a pedidos".
Em causa está a utilização de um terreno contíguo à EB1 das Saibreiras que até aqui acolhia um parque público mas onde a câmara de Valongo decidiu instalar uma horta biológica comunitária, dando continuidade a um projeto que está a desenvolver em parceria com a LIPOR (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto).
Em declarações à Lusa, o presidente da junta de freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho, garantiu que este projeto está a causar "mal-estar" junto da população vizinha do espaço, acusando a autarquia de estar a "destruir um bem público sem necessidade".
Na quinta-feira, em reunião de câmara pública, também o vereador eleito pela coligação PSD/PPM, João Paulo Baltazar, numa intervenção sobre este tema feita no período antes da ordem do dia, disse saber que tanto vizinhos do espaço como a Associação de Pais da Escola das Saibreiras põem em causa este projeto, pedindo esclarecimento ao executivo socialista que lidera a autarquia.
Em resposta, o presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, garantiu que a LIPOR "deu um parecer muito positivo sobre a localização desta nova horta biológica", acrescentando estar com o projeto a dar "resposta a muitos pedidos de pessoas de Ermesinde que querem ter um talhão" naquela freguesia.
"Temos uma pressão muito grande. Há muitas pessoas de Ermesinde que se inscreveram neste projeto e que tiveram de vir para a horta de Valongo [em 29 de março foi inaugurada a Horta Biológica Ponte da Presa que se localiza no centro do concelho] mas gostariam de estar em Ermesinde", disse José Manuel Ribeiro.
Esta justificação não convence, no entanto, o presidente da junta, com Luís Ramalho a confirmar a existência de uma lista de espera de moradores de Ermesinde mas a garantir que projeto idêntico da sua autarquia local "servia para as necessidades".
"A junta fez uma já, também em parceria com a LIPOR, e está previsto fazer outra na freguesia. A que estamos a planear fica na esquina contrária ao local onde a câmara decidiu agora que vai fazer a sua horta. Não faz sentido", disse Luís Ramalho garantindo que o projeto por si liderado é do conhecimento da autarquia presidida por José Manuel Ribeiro.
Luís Ramalho explicou que o terreno onde a junta quer instalar a segunda horta da freguesia é privado mas foi cedido a "título gratuito" pelo proprietário, que preferiu esta cedência para evitar ter "um espaço abandonado" que constitui perigo em época de incêndios.
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