Funcionário da Unicer contesta despedimento à porta da empresa
Porto Canal / Agências
Matosinhos, 09 out (Lusa) -- Um funcionário da Unicer em Leça do Balio, Matosinhos, manteve-se hoje durante o seu horário de trabalho frente à empresa em protesto contra o seu despedimento por extinção do posto de trabalho, contando com a solidariedade de mais colegas.
"Sou funcionário da empresa há 15 anos e, na segunda-feira, disseram-me que estava despedido por extinção do posto de trabalho, o que é mentira porque colocaram, nas minhas funções, um prestador de serviços a ganhar metade do meu ordenado", explicou hoje à agência Lusa Vítor Peres, ex-chefe de Armazém de Materiais e Matérias-primas.
Considerando a situação "injusta e ilegal", o advogado de Vítor Peres está já a elaborar uma providência cautelar para travar o processo.
Por seu lado, a Comissão de Trabalhadores (CT) tem agendado, para sexta-feira, às 14:30, um plenário para discutir o assunto.
Vítor Peres lembrou que, na terça e quarta-feira, ainda foi trabalhar, mas já não tinha secretária, não o deixaram almoçar, nem aceder ao sistema informática.
"Ao lado da minha secretária estava outra com o meu computador e telefone para o novo funcionário que já estava a trabalhar, portanto, o meu posto de trabalho continua a existir", disse.
Estando concentrado frente à empresa desde as 07:20, hora à qual entrava diariamente, Vítor Peres, que contou com a solidariedade dos colegas, disse que ninguém da empresa veio falar com ele.
"Os meus colegas decidiram juntar-se à minha luta porque, em maio, a empresa pretendeu despedir pessoas, mas face à ameaça de greve desistiram", salientou.
Em comunicado enviado à Lusa, a Unicer frisou tratar-se de "um caso individualizado, de um único trabalhador, que só sai da empresa porque rejeitou as propostas alternativas ao seu posto de trabalho, que a empresa lhe apresentou ao longo de vários meses".
"Lamentamos que a disponibilidade e o esforço da empresa para manter a relação de trabalho com este trabalhador não tenha recolhido da parte deste a aceitação de qualquer das propostas apresentadas", adiantou.
A Unicer lembrou que manteve a CT "desde sempre" informada sobre as razões para a extinção deste posto de trabalho, bem como as várias propostas apresentadas ao trabalhador.
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