Agricultores portugueses recebem 865 mil euros para compensar embargo russo

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 out (Lusa) Os agricultores portugueses deverão receber, até ao final do ano, cerca de 865 mil euros de compensações financeiras para fazer face ao embargo russo, disse hoje o secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e Brito.

Este apoio insere-se no âmbito do primeiro pacote de ajudas aprovado pela Comissão Europeia, no valor de 125 milhões de euros, estando a ser recebidas atualmente candidaturas para um novo pacote de 165 milhões de euros, anunciado no dia 30 de setembro, explicou Nuno Vieira e Brito à Lusa, à saída da comissão parlamentar de Agricultura e Mar.

O Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar esteve hoje na Assembleia da República a esclarecer os deputados sobre o impacto do embargo nas exportações agrícolas portuguesas.

Em declarações à Lusa, adiantou que "o embargo foi muito baseado em produtos frescos" e afeta sobretudo a carne de porco, cujos valores de exportação atingiram, em 2013, os 6,8 milhões de euros, seguindo-se as frutas e legumes, com 3 milhões de euros, e leite e laticínios, com 2 milhões de euros.

Para minimizar os efeitos do embargo, a União Europeia adotou um esquema de ajudas aos produtores, aplicadas em função do rateio de produtos que eram exportados para a Federação Russa.

"Há países muito mais afetados" do que Portugal e que "necessariamente tiveram uma quota maior" de compensações, designadamente a Polónia e a Lituânia, adiantou o secretário de Estado.

No total, Portugal apresentou um pedido de 1,16 milhões de euros, correspondentes às candidaturas submetidas pelas organizações de produtores de frutas e legumes (peras, maçãs, tomates, cenouras, ameixas, couves), tendo sido aprovados 865 mil euros.

"Não aceitaram todas as candidaturas, algumas porque foram fora de prazo e outras porque não estavam diretamente relacionadas com o embargo", justificou Nuno Vieira e Brito à Lusa, acrescentando que esta verba deve ser paga até ao final do ano.

O mesmo responsável afirmou que os pedidos de apoio que não foram admitidos no primeiro programa, suspenso em setembro por se ter esgotado a verba, podem ser submetidos agora sendo os pagamentos efetuados até 30 de junho.

O segundo programa, correspondente a um pacote financeiro de 165 milhões de euros, abrange quatro grandes grupos: peras e maçãs, kiwis, ameixas e uvas de mesa, hortícolas e citrinos.

As toneladas por país já estão quantificadas, tendo sido atribuídas a Portugal 4.120 toneladas de peras e maçãs e 225 toneladas de kiwis, ameixas e uvas de mesa, que corresponderão a um valor financeiro ainda não apurado.

Nuno Vieira e Brito disse ainda que existe uma quota adicional de 3.000 toneladas por estado-membro que pode ser gerida por cada país.

O secretário de Estado afirmou aos deputados que o Governo tem apostado na diversificação de mercados para compensar as perdas sofridas na Federação Russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, decretou em agosto a proibição, durante um ano, de importações de produtos agroalimentares provenientes dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), em retaliação contra as sanções económicas impostas à Rússia pelo apoio de Moscovo aos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

Em termos de mercados alternativos, Nuno Vieira e Brito disse à Lusa que há interesse em mercados "dentro da união aduaneira, como o Cazaquistão", mas apontou outros mercados "muito interessantes" para a carne de porco, como o Japão, "o maior importador mundial de carne de porco", a China para o leite e laticínios ou o Brasil e a Colômbia para a fruta, "até pela presença portuguesa da área da distribuição".

RCR// ATR

Lusa/fim

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