Portuguesa que dirige 180 criativos na Lego diz que 'design' é essencial ao desenvolvimento

| Economia
Porto Canal / Agências

S. João da Madeira, 24 set (Lusa) - A portuguesa que dirige o departamento de 'design' da Lego defendeu em S. João da Madeira que os 'designers' são essenciais ao desenvolvimento das empresas, que devem investir na adaptação desses profissionais em ambientes laborais criativos.

Rosário Costa, que está há 17 anos na Dinamarca ao serviço da marca de brinquedos conhecida pelos seus blocos de construção, revelou terça-feira em S. João da Madeira quais são alguns dos valores que tem presentes ao dirigir um departamento com 180 'designers'. A criativa portuguesa falava no âmbito do ciclo de conferências "Industrial", na Oliva Creative Factory.

"O 'design' é um eterno investimento, com um impacto muito grande no desenvolvimento das empresas", garantiu a criativa portuguesa.

"No sucesso que a Lego está a ter o 'design' teve muita importância e podemos dizer que é devido ao investimento nessa área que registamos um crescimento consecutivo nos últimos nove anos", acrescentou.

Na sua primeira conferência em Portugal, Rosário Costa admitiu que "o segredo" de um produto também ajuda ao carisma da respetiva marca, como acontece com o "clutch power" que proporciona a cada bloco da Lego um tipo de encaixe único, como inicialmente patenteado em 1958.

"Mas, quando eu entrei para a empresa, disseram-me logo que eu ia demorar um ano até saber ser 'designer' na Lego", realçou a criativa portuguesa. "Tive que aprender como se produziam os tijolinhos, que materiais se usavam, como se fazia um brinquedo para crianças", recordou.

Rosário Costa rejeita, por isso, a ideia de que um 'designer' tenha que dominar todos os procedimentos industriais logo à partida, no momento da contratação. "Ele tem que se habituar à empresa e perceber todos os processos", explicou. "E as empresas também precisam saber que, às vezes, é necessário mudar as formas de trabalhar", disse ainda.

O local em que esses processos se verificam deve, por sua vez, ser inspirador. "A Lego investe em ambientes de trabalho criativos porque isso é muito importante para sermos estimulados", esclareceu a 'designer'. "É uma aposta no constante desenvolvimento das capacidades e das qualidades de cada pessoa que lá trabalha", justificou.

Para a venda de 55 biliões de Legos só em 2013 foi decisiva, portanto, uma estratégia criativa que é valorizada tanto internamente como em todos os esforços de 'marketing' da empresa, sempre com "o objetivo de cultivar e proteger a marca".

Se para Rosário Costa é verdade que "nunca se deixa de ser criança e criativo para brincar com um produto Lego", qualquer que seja a idade do consumidor em causa, também é um facto que mesmo os brinquedos têm que saber acompanhar a evolução dos tempos.

"O nosso foco, nos últimos anos, tem sido acelerar a inovação e, para se manter competitivo e inovador, o Grupo Lego envolve sempre as crianças e outros interessados no processo de desenvolvimento de novos produtos", afirmou a diretora de Design da marca.

Isso permite, por um lado, antecipar o 'feedback' do consumidor final, para melhor corresponder às suas expectativas, e obriga, por outro, a uma maior "colaboração entre os diferentes departamentos da empresa", num trabalho de equipa que também ajuda a melhores resultados.

O ciclo de conferências "Industrial" assinala o 30.º aniversário da elevação de S. João da Madeira a cidade. É comissariado pelo jornalista Amílcar Correia e, para além de outras palestras, até final do ano integra ainda concertos, exposições e mostras de cinema.

AYC // JPF

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