Fitch alerta para risco "considerável e crescente" de deflação na zona euro

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 set (Lusa) - A Fitch considera que há um "risco considerável e crescente" de deflação na zona euro, embora o seu cenário central continue a apontar para um período prolongado de baixa inflação na área do euro.

Num relatório hoje publicado, a agência de notação financeira diz esperar que a zona euro registe "vários anos de inflação baixa e abaixo do objetivo" do Banco Central Europeu (BCE), de ter um nível de preços abaixo mas próximo dos 2%.

Considerando que a inflação baixa que se verifica na zona euro "não é totalmente explicada por fatores temporários", a Fitch escreve que este desempenho do nível de preços reflete a fraqueza da economia, a baixa procura, o elevado desemprego, o elevado peso da dívida e as fracas perspetivas de crescimento económico.

"A baixa inflação não parece ser 'boa' deflação, impulsionada por inovação, por progresso técnico e por um forte aumento da produtividade, mas antes parece refletir a fraqueza da economia", lê-se no documento hoje divulgado.

Ainda que o cenário central seja de inflação baixa e não de deflação, a agência de 'rating' apresenta um cenário em que considera uma queda do nível geral de preços, sublinhando que "as imparidades nos balanços dos bancos, a queda dos preços e os fatores demográficos adversos permitem fazer alguns paralelos entre a zona euro e o Japão".

Para o cenário de deflação, a Fitch assume um crescimento de 0,7% na zona euro em 2014 e de 0% nos dois anos seguintes, uma inflação de 0,4% este ano e de -1% em 2015 e em 2016 e uma taxa de desemprego de 12% em 2014 e em 2015 e de 12,5% em 2016.

De acordo com a agência de 'rating', neste cenário deflacionista, "a maioria dos governos [da zona euro] provavelmente teria de definir objetivos de défice estrutural no curto prazo em vez de adotar políticas orçamentais pró-cíclicas para conter o efeito do fraco crescimento nos saldos orçamentais".

Para alguns países, isto faria com que entrassem no procedimento dos défices excessivos ou atrasassem a sua saída deste mecanismo, alerta a Fitch, acrescentando que "seria preciso uma política orçamental mais apertada no médio prazo para corrigir os défices estruturais".

A agência de notação financeira refere ainda que a deflação ou apenas uma baixa inflação "aumenta a probabilidade de ações de 'rating' negativas na zona euro e tornam menos provável ações de 'rating' positivas".

Além disso, a Fitch adverte que um crescimento económico mais fraco, défices orçamentais mais elevados e a deterioração dos rácios da dívida "colocam mais pressões negativas" sobre as notações atribuídas.

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