OCDE confirma alertas de reitores sobre financiamento do Ensino Superior

OCDE confirma alertas de reitores sobre financiamento do Ensino Superior
| País
Porto Canal

O Conselho de Reitores defendeu hoje que o relatório da OCDE, que coloca Portugal abaixo da média no financiamento do ensino superior, confirma uma situação para a qual as instituições têm alertado e que entretanto já se agravou mais.

O relatório anual sobre educação realizado pela OCDE – “Education at a Glance 2014” – revela que Portugal destina apenas 3,66% do seu PIB à Educação, ficando abaixo da média dos 34 países da OCDE (3,85%).

Além disso, em Portugal, o investimento por cada aluno que frequenta o ensino superior ronda os 7.727 euros, enquanto a média dos 34 países da OCDE é de quase 11 mil euros. Também o financiamento nacional fica abaixo da média dos 21 países da União Europeia, que se situa nos cerca de 10.500 euros por aluno.

“Estes dados dizem respeito à situação em 2011 e o Conselho de Reitores tem apontado o agravamento dessa situação ao longo destes anos seguintes – 2012, 2013 e 2014 – e, por isso, isto confirma, do ponto de vista de uma entidade independente, as nossas preocupações com o financiamento do ensino superior em Portugal”, alertou o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, em declarações à Lusa.

O “Education at a Grance 2014” mostra ainda que quando se contabiliza o investimento por aluno tendo em conta o ensino mas também a investigação realizada nas instituições o orçamento por aluno em Portugal continua muito abaixo da média da OCDE (quase 7.500 euros) e da União Europeia (cerca de 6.700 euros). Em Portugal, o valor atribuído é de cerca de quatro mil euros.

Outro dos assuntos abordados no relatório da OCDE prende-se com o modelo de financiamento das instituições de ensino superior e os apoios dados aos estudantes: Portugal surge no grupo onde as propinas são baixas e os alunos têm pouco apoio financeiro.

O “Education at a Grance” sublinha o modelo aplicado nos países nórdicos - Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia - onde os alunos têm “generosos” sistemas de apoio e o ensino não representa qualquer custo para o aluno.

No entanto, a OCDE alerta para o facto de alguns daqueles países ter decidido, na última década, aplicar propinas aos alunos estrangeiros.

De acordo com o relatório da OCDE, esta medida poderá afastar novos alunos. Em Portugal, as instituições preparam-se também para começar a aplicar propinas mais elevadas para os estudantes estrangeiros.

“Em Portugal nós estamos neste momento a iniciar a abertura para os estudantes internacionais e com certeza que temos de olhar para esse mercado de uma forma sensata”, afirmou António Rendas, sublinhando que o valor a aplicar terá de ter em conta as condições de qualidade de investigação e formação assim como a qualidade de acolhimento dos estudantes.

Para António Rendas, este é um problema que ainda não se coloca em Portugal, até porque o presidente do CRUP acredita que as instituições de ensino superior irão receber “muitos” estudantes internacionais.

Este relatório anual analisa os sistemas de ensino de 44 países: além dos 34 membros da OCDE são estudados outros dez países - Brasil, Rússia, Argentina, China, Colômbia, India, Indonésia, Letónia, Arabia Saudita e Africa do Sul.

+ notícias: País

Combustíveis ficam mais baratos. Saiba onde pode abastecer mais barato no Grande Porto

Esta segunda-feira, os automobilistas contam com boas notícias nas visitas aos postos de combustível. O preço médio tanto do gasóleo como da gasolina vai baixar esta semana.

Seis artistas portuguesas distinguidas em prémios internacionais

Os Prémios Internacionais de Música Portuguesa (IPMA, na sigla em inglês), que decorreram na madrugada deste domingo na cidade norte-americana de Providence, distinguiram seis artistas portugueses, incluindo Cláudia Pascoal, Filipa Biscaia e Noa Rangel.

Ministra da Saúde assume empenho para melhorar resposta de urgências pediátricas

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assumiu este domingo no Porto a necessidade de no próximo verão haver respostas diferentes ao nível das urgências pediátricas.