Câmara de Lagos quer distribuir recomendações para agir em caso de catástrofe

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Porto Canal / Agências

Lagos, 03 set (Lusa) -- A Câmara de Lagos quer promover, até ao final do ano, uma campanha com recomendações sobre como agir em caso de catástrofe para reduzir os riscos associados a um sismo na zona, disse hoje à Lusa fonte da autarquia.

A partir de quinta-feira, a cidade recebe o II Seminário do Projeto INsPIREd, no âmbito do Acordo EURO-PA, que visa delinear uma estratégia para envolver a população na redução dos riscos, explicou Frederico Paula, da Câmara de Lagos, entidade local parceira no projeto.

Preparar o interior das habitações para um cenário de catástrofe, reunir um "kit" de sobrevivência e não abandonar logo as casas são algumas das recomendações que devem ser seguidas, sobretudo nas zonas onde há maior probabilidade de ocorrência de sismos, nomeadamente em Lagos.

"Se ocorrer um grande sismo subterrâneo em Portugal o epicentro previsível é o Banco de Marquês de Pombal, que fica a 150, 200 quilómetros do Cabo de São Vicente", observou, frisando que nesta situação não há tempo para fazer um alerta.

Desde 2002 que a Câmara de Lagos tem vindo a desenvolver estudos nesta área, que envolveram a análise da frequência e intensidade dos sismos conhecidos até hoje, pesquisas no subsolo com georradares, o retrato do parque habitacional da cidade e a caracterização da população.

Segundo o arquiteto, se ocorresse em Lagos um sismo com intensidade entre sete e 10 haveria edifícios colapsados, pessoas mortas, feridas e desalojadas, catástrofe que podia assumir outras proporções em caso de tsunami, tendo em conta que é uma zona litoral.

"Temos que ter planos de emergência para as praias. Lagos é uma cidade sazonal, com praias que estão sobrelotadas no verão", resumiu, acrescentando que é importante envolver os hoteleiros na preparação e sensibilização aos turistas em caso de catástrofe.

Também as habitações tradicionais, mais presentes no centro histórico e nas zonas rurais, são mais vulneráveis em caso de catástrofe, já que os edifícios de betão armado reagem aos sismos de forma mais eficaz, acrescentou.

Contudo, não existem atualmente quaisquer apoios à recuperação do edificado, a não ser um incentivo que a autarquia concede, lamentou o arquiteto, frisando que algumas obras conduzidas ilegalmente também danificam bastante as estruturas.

Segundo o responsável, devem ser tomadas algumas medidas preventivas em casa, nomeadamente não colocar móveis que possam cair no caminho para a rua, fixar as estantes às paredes, colocar os objetos pesados na parte de baixo dos móveis e não ter as camas perto de janelas.

As pessoas devem ainda desligar a água e a luz e ter num local definido da casa uma mochila que contenha água, alguma comida, agasalhos, lanterna, corda, faca e um rádio a pilhas, aparelho muito importante porque quando há sismos fortes falha a energia e todas as outras formas de comunicação.

Em caso de sismo, não deve abandonar-se de imediato as casas, a não ser que haja fortes danos, uma vez que muitos dos ferimentos acontecem quando as pessoas saem dos edifícios e são atingidas por vidros ou objetos dos pisos superiores.

O II Seminário do projeto INsPIRED decorre até sábado, em Lagos, contando com responsáveis do Centro Europeu de Riscos Urbanos de Lisboa e do Centro Euro-Mediterrânico para a Avaliação e Prevenção do Risco Sísmico de Rabat, parceiros no projeto, entre outros.

MAD // ROC

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