Jornal do PC chinês defende "medidas coercivas" contra manifestantes de Hong Kong

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Porto Canal / Agências

Pequim, 26 ago (Lusa) -- Um jornal do Partido Comunista chinês instou hoje à tomada de "medidas coercivas" contra os manifestantes em Hong Kong, numa altura em que Pequim prepara uma decisão sobre a reforma do sistema político na antiga colónia britânica.

Milhares de pessoas saíram à rua, em julho, em Hong Kong para exigir poder escolher livremente, por sufrágio universal, o próximo chefe do Executivo do território, em 2017.

"Se estas atividades representarem uma ultrajante ameaça para Hong Kong ou continuarem (...), afetando gravemente o funcionamento da cidade, é imperativo que o Governo de Hong Kong adote medidas coercivas", diz o editorial de hoje do jornal Global Times, publicação do grupo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista chinês.

Os promotores da campanha pró-democracia "Occupy Central" ameaçaram mesmo mobilizar milhares de pessoas para paralisar o bairro financeiro de Hong Kong.

As autoridades de Hong Kong devem acabar com as "ilusões irrealistas" dos manifestantes pró-democracia e atacar os ativistas mais agressivos, "fazendo-os pagar pelo seu comportamento ilegal e provocador", escreve o jornal chinês.

O objetivo de eleições diretas em Hong Kong foi reconhecido pela China, mas Pequim advertiu que apenas os candidatos "patriotas" seriam selecionados, suscitando fortes protestos em Hong Kong, atendendo a que isso implicaria uma triagem.

"Enquanto não permitirmos que Hong Kong caia na esfera de influência do Ocidente, a China continental e Hong Kong terão recursos inesgotáveis para fazer com que grupos extremistas da oposição e as suas forças de apoio desesperem", insiste o Global Times.

O Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, o órgão legislativo chinês) está a examinar, esta semana, em Pequim um relatório sobre o assunto do atual chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying.

Pequim prometeu deixar os residentes de Hong Kong escolherem o seu próximo líder em 2017 por voto direto - metodologia que colocaria fim ao sistema atual de eleição do chefe do Executivo assente num comité eleitoral de 1.200 pessoas - mas com a condição de que os candidatos sejam aprovados por um comité de nomeação, o que os pró-democratas contestam, alegando que assim só os candidatos pró-Pequim terão luz verde.

Receios relativamente à influência de Pequim agudizaram-se, em junho, quando o Governo central publicou o controverso "Livro Branco" sobre o futuro de Hong Kong, interpretado por uma larga franja da população como um aviso à cidade para não exceder os seus limites de autonomia.

Hong Kong foi integrada na República Popular da China a 01 de julho de 1997 segundo a fórmula "um país, dois sistemas", adotada também para Macau, em 1999, aquando da transferência do exercício de soberania de Portugal para a China.

Hong Kong, tal como Macau, é uma Região Administrativa Especial da China com autonomia administrativa, legislativa e judicial sob esse princípio, idealizado pelo antigo líder chinês Deng Xiaoping para a reunificação chinesa.

DM (FV/AC) // JCS

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