Vila Verde, 08 jul (Lusa) - O vereador do Ambiente na Câmara de Vila Verde denunciou hoje a utilização de marcos de incêndio para a rega de campos, considerando que esse "abuso" contribuiu para as situações de ruturas de água registadas nos últimos dias no concelho.

A Junta de Prado, uma das freguesias que foram afetadas pela rutura da água, denunciou, em comunicado, que a situação se fica a dever ao "falhanço" da Câmara no investimento no sistema de abastecimento de água.

"É lamentável a falta de operacionalidade para este problema numa época de calor, é certo, mas num ano em que não se tem registado seca extrema e cuja cota das albufeiras não está abaixo da tolerância", refere o comunicado.

"Perante algumas situações de rutura de água registadas nos últimos dias, fomos obrigados a rastrear toda a rede, na procura de eventuais fugas, e acabámos por detetar a utilização abusiva dos marcos de incêndio para rega de campos", respondeu o vereador Rui Silva, em declarações à Lusa.

Acrescentou que esses marcos "foram fechados", preparando-se agora o Município para "concertar" com os bombeiros a "melhor estratégia" para impedir a sua utilização abusiva mas também para garantir que eles possam ser utilizados "sem quaisquer constrangimentos" em caso de incêndio.

Segundo Rui Silva, na origem das situações de rutura de água estiveram, sobretudo, a avaria de um motor e uma falha energética, bem como "os consumos anormais" dos últimos dias, fruto do muito calor que se tem feito sentir.

"Neste momento, temos o problema praticamente resolvido, mas sabemos que ainda há falhas em algumas partes mais altas do concelho. Continuamos a trabalhar para repor a normalidade", disse ainda o vereador.

No domingo, o Município apelou mesmo à "sensibilidade" da população, no sentido de adotar medidas que permitam restringir o consumo doméstico de água às necessidades básicas, sobretudo no período compreendido entre as 18:00 e as 24:00.

"Solicitamos aos munícipes que, no período indicado, evitem gastar água com regas, lavagens de automóveis e outras situações não urgentes. Em paralelo, os serviços municipais estão a introduzir na rede 4 mil metros cúbicos de água por hora, número que nunca tinha sido atingido no sistema de captação", refere o alerta.

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