Movimento pró-tourada entregou documentos exigidos pela Câmara de Viana
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo 21 ago (Lusa) - Um movimento local anunciou, hoje, ter entregado na Câmara de Viana do Castelo os documentos exigidos pela autarquia após o indeferimento do pedido de licenciamento de uma arena amovível para a realização de uma tourada no domingo.
Contudo, fonte autárquica contactada pela Lusa explicou que o prazo legal de que a Câmara dispõe para pronunciar sobre esta correção ao processo inicial (três dias úteis), excede a data prevista para a realização do espetáculo tauromáquico anunciado para 24 de agosto.
Questionado hoje pela Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Castelo voltou a escusar-se a falar sobre o assunto.
A autarquia indeferiu na terça-feira, antes de cumpridos os três dias úteis iniciais, o pedido do movimento "Vianenses pela Liberdade", entregue a 13 de agosto para a instalação de uma arena amovível em terrenos privados Darque, alegando falta de informação no processo.
"O pedido foi indeferido por má instrução do processo, nomeadamente por não identificar o local, através de extrato cartográfico, a zona de segurança e as instalações sanitárias", adiantou na altura à Lusa fonte autárquica.
Hoje, em declarações à Lusa, José Carlos Durães, porta-voz do movimento de aficionados garantiu ter entregado nos serviços camarários os "três documentos pedidos pela Câmara".
"Entreguei a planta de localização do terreno, a declaração da empresa responsável pela colocação das instalações sanitárias e os estatutos da associação. Espero que sexta-feira a Câmara diga que sim porque não vejo mais nenhuma razão para que volte a indeferir a corrida. Também pedimos para que a resposta nos seja dada o mais rápido possível", sustentou José Carlos Durães.
Em causa estão terrenos privados na freguesia de Darque, na margem esquerda do rio Lima, numa área conhecida localmente como a "Seca do Bacalhau".
É neste local que o movimento "Vianenses pela Liberdade" quer promover, domingo, pelo segundo ano consecutivo. O ano passado a corrida de touros contou com a presença, segundo a organização, de mais de 2.550 espetadores.
José Carlos Durães adiantou que a estrutura, com capacidade para acolher cerca de 3.300 pessoas "está montada e pronta a receber o espetáculo" previsto para domingo.
"Se a corrida fosse agora estava tudo pronto para que pudesse acontecer", assegurou.
Este movimento foi criado em 2009, depois de a câmara ter aprovado, por proposta da maioria socialista, uma declaração afirmando Viana como "anti-touradas", prevendo não autorizar qualquer evento deste género em terrenos públicos ou privados desde que tal dependesse de decisão do município.
A tourada está prevista para o último dia das festas d'Agonia à mesma hora da procissão solene em honra da padroeira dos pescadores, um dos mais importantes momentos religiosos da romaria.
A associação Animal e o movimento local "Viana Antitouradas" já anunciaram a realização de manifestações contra o terceiro espetáculo tauromáquico que ocorre no concelho desde que este foi declarado anti-touradas, em 2009.
Em 2012 e 2013 as touradas realizadas em Viana do Castelo foram promovidas pela Prótoiro, federação de associações taurinas.
Tal como em 2012, a tourada do ano passado aconteceu porque o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga aceitou uma providência cautelar apresentada pela Prótoiro, para suspender o primeiro indeferimento municipal.
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