Metro do Porto considera que relatório que aponta falhas do metrobus ultrapassa “caráter evolutivo da obra”
João Nogueira
A Metro do Porto já está a analisar os relatórios do grupo municipal sobre os investimentos nos transportes público que teceu críticas ao traçado do metrobus. Segundo o presidente do conselho superior da Metro do Porto, Tiago Braga, as obras sofrem de um caráter evolutivo e as imagens patentes nos documentos remetem para situações momentâneas que foram posteriormente corrigidas.
O Grupo de Trabalho para Acompanhamento de Investimentos de Transporte Público foi criado, por deliberação da Assembleia Municipal, a 19 de fevereiro de 2024. Até ao momento realizaram dois relatórios enviados à Metro do Porto por forma a obter esclarecimentos.
Tiago Braga disse ter conhecimento dos relatórios e que a empresa já está a analisar o seu conteúdo, apesar de considerar as falhas apontadas como desenquadradas com o teor evolutivo da obra: “O relatório acaba por ser uma fotografia de um determinado momento, nós fomos evoluindo a obra. Se olharmos para aquilo que é o relatório, para aquilo que nós temos hoje no local, percebemos que houve uma evolução muito grande”.
O presidente da empresa de transportes expôs ainda que vão responder ao relatório e que já enviou uma carta convite ao presidente da Assembleia Municipal do Porto e a todos os representantes do grupo de trabalho para visitar a empreitada “in loco”.
Nos relatórios, são identificadas falhas à construção do metrobus e a “forma como as obras desta empreitada estão a decorrer apresenta uma série de falhas, não acautelando a minimização dos seus impactos negativos e pondo mesmo em causa a segurança daqueles que, pedonalmente ou em qualquer tipo de viatura, têm de circular pelas ruas intencionadas", pode ler-se no documento.
Ainda que entenda as críticas dos cidadãos devido aos transtornos vividos pelas obras, Tiago Braga destacou os benefícios futuros: “Naturalmente causam constrangimentos durante dois ou três anos, mas os benefícios não são durante dois ou três anos. Multiplicam-se por 10, por 15, ou por 20”.