"Infame ataque a imigrantes não é admissível", afirma ministra da Administração Interna

"Infame ataque a imigrantes não é admissível", afirma ministra da Administração Interna
Lusa
| Porto
Porto Canal/Agências

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, garantiu este sábado que "há uma tolerância zero ao racismo" e que o "infame ataque a imigrantes não é admissível e não representa o povo português".

"Este infame ataque feito esta noite relativamente a cidadãos migrantes não é admissível, comportamentos destes não são admissíveis", disse a governante, acrescentando que o ataque "não representa o povo português e os portugueses não apoiam este tipo de ataques".

A ministra falava aos jornalistas na Figueira da Foz onde presidiu às cerimónias que assinalaram o dia internacional do bombeiro.

Seis homens foram identificados e um foi detido, pela posse de arma ilegal, na sequência de agressões a imigrantes, no Porto, segundo o porta-voz da PSP, Sérgio Soares, que atualizou a informação dizendo que o juiz determinou a prisão preventiva do detido.

"São pessoas que procuram o nosso país porque é um país seguro e acontece uma situação tão má, tão vil... em nome do Governo, posso dizer que a tolerância é zero e vamos manter essa tolerância zero, não ao racismo, não a atos de xenofobia", vincou a governante.

Nas declarações, Margarida Blasco vincou ainda que "a preparação das forças de segurança continuará a ser uma das nossas tantas prioridades".

As declarações da ministra da Administração Interna surgem depois do alerta da organização SOS Racismo, que revelou este sábado que nos últimos dias, no Porto, um grupo organizado perpetrou ataques racistas contra imigrantes residentes na cidade, situação que obrigou vários a receber tratamento hospitalar.

“Nos últimos dias, um grupo organizado de pessoas constituiu uma milícia para invadir casas e atacar imigrantes na cidade do Porto. Com recurso a bastões, paus e facas, este grupo espancou vários imigrantes, dentro das suas casas. Os ataques foram planeados e devidamente organizados, para espalhar o terror e atacar o maior número de imigrantes. As habitações foram destruídas e várias pessoas tiveram de receber tratamento hospitalar”, lê-se na nota de imprensa.

Na madrugada de sexta-feira no Porto, a PSP foi alertada cerca da 1h00 para uma agressão no Campo 24 de agosto, a dois imigrantes, por um grupo de quatro ou cinco homens que fugiu antes da chegada dos agentes da Polícia, referiu o porta-voz, indicando que os dois agredidos foram assistidos no Hospital São João.

Cerca de 10 minutos mais tarde, na Rua do Bonfim, 10 imigrantes foram atacados, na habitação onde estavam, por um grupo de 10 homens, munidos com paus e, a PSP ainda não conseguiu confirmar, por uma arma de fogo, referiu o porta-voz da PSP.

Ainda segundo o responsável da PSP, cerca das 3h00, na Rua Fernandes Tomás, outro imigrante foi também agredido, por outros suspeitos, sendo que um deles usava uma arma de fogo.

Nesta altura, com o contingente de polícias reforçado foi possível intercetar um dos suspeitos de agressão na Rua Santo Ildefonso, na posse de um bastão extensível, relatou.

Cerca das 5h00, foi intercetada a viatura usada no ataque da 1h00, com cinco suspeitos no interior e que foram todos identificados, acrescentou.

Dada a suspeita de existência de crime de ódio, o assunto transitou para a Polícia Judiciária, concluiu.

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