Politécnico do Porto decide não submeter orçamento do próximo ano à tutela
Porto Canal / Agências
Porto, 19 ago (Lusa) -- O Instituto Politécnico do Porto (IPP) decidiu hoje não submeter o orçamento do próximo ano por entender não ter condições para distribuir internamente o financiamento face a novos cortes, disse à Lusa a presidente.
"Através das sete faculdades que integram o IPP, entendemos que não temos condições de fazer essa distribuição interna. Ou a tutela repondera ou a tutela que o faça. Porque nós não temos condições de conseguir suportar, depois de muito, depois de o instituto já ter feito reestruturações internas, nós não vamos cortar a nossa qualidade, já estamos com a situação no limite", afirmou a presidente do IPP, Rosário Gambôa, que disse que a redução de financiamento do instituto para o próximo ano foi de 3,7%.
A presidente do IPP disse já ter comunicado a decisão ao secretário de Estado do Ensino Superior e garantiu que ainda hoje iria enviar documentação para o Ministério da Educação e Ciência fundamentando-a.
Rosário Gambôa recordou que o IPP mantém o nível de financiamento de 2006 e lamentou que "as distorções de crescimento ou de diminuição de desenvolvimento das instituições nunca [tenham sido] corrigidas".
"Não estou preparada nem tenho capacidade para acomodar estes cortes", realçou a presidente do IPP, entidade que conta com 18 mil alunos.
A responsável da instituição de ensino superior disse ainda esperar uma resposta da parte do Governo "face a um descalabro destes, difícil de justificar perante o país, numa altura em que há menos dinheiro e melhor ele devia ser aplicado".
No fim de semana, o reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, alertou para "várias indefinições" que podem aumentar o corte do financiamento público à instituição em 2015.
Em declarações à Lusa, Sebastião Feyo de Azevedo revelou que, "do que está em cima da mesa neste momento, factualmente a Universidade do Porto tem um corte de 3%", tendo em conta que o financiamento do ensino superior vai sofrer um corte abaixo de 1,5% no Orçamento do Estado para 2015, de acordo com informação divulgada na terça-feira pelo Governo.
Mas, "globalmente, há várias indefinições que levam a pensar que este nível de dimensão de cortes é o mínimo que posso esperar", alertou.
Na passada terça-feira, o Ministério da Educação divulgou que o orçamento destas instituições "está a ser preparado com uma redução global prevista inferior a 1,5%".
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