Murça prevê investir quatro milhões de euros na requalificação de estradas e arruamentos
Porto Canal/ Agências
A Câmara de Murça prevê investir quatro milhões de euros na requalificação de cerca de 20 estradas e arruamentos, alguns danificados em consequência do grande incêndio que atingiu o concelho em 2022.
O presidente da Câmara de Murça, Mário Artur Lopes, disse à agência Lusa que este é o “maior investimento em acessibilidade das últimas duas décadas” no concelho do distrito de Vila Real.
“O investimento em estradas é essencial”, afirmou, especificando é uma aposta na segurança dos automobilistas e na melhoria dos acessos às aldeias.
Os prejuízos causados pelos incêndios e o elevado estado de desgaste e deterioração de algumas vias levaram o município a delinear dois projetos, distribuídos em duas fases, que visam a requalificação de mais de 20 vias municipais e arruamentos, num investimento orçamentado em quatro milhões de euros.
As intervenções vão abranger as freguesias de Murça, Noura e Palheiros, Candedo, Valongo de Milhais e Jou.
Em 2022, o município foi atingido por um incêndio que se prolongou de 17 a 21 de julho, alastrou para os concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e Valpaços e queimou cerca de 7.000 hectares, principalmente de mato, mas também pinhal, carvalhos e castanheiros.
Neste fogo foram afetadas 23 aldeias, 14 só no concelho de Murça, e um casal, com 69 e 72 anos, morreu, quando estava a sair da aldeia de Penabeice e o carro onde seguia caiu numa ravina.
Na primeira fase que, segundo o município, aguarda a validação por parte do Tribunal de Contas para arrancar no terreno, a empreitada passa pela reposição de equipamentos e infraestruturas municipais danificadas pelos incêndios florestais, concretamente nas freguesias de Jou e Valongo de Milhais, e conta com a comparticipação do Fundo de Emergência Municipal a rondar os 50%.
A intervenção abrange estradas regionais e caminhos municipais e inclui a beneficiação dos pisos existentes, a colocação de sinalização horizontal e vertical e guardas de segurança ao longo dos traçados intervencionados, com vista à melhoria das condições de segurança para os automobilistas.
“Vai ser feita a requalificação total da estrada regional (ER) 314, que é a estrada que liga a entrada norte do concelho, quem vem por Carrazedo de Montenegro”, exemplificou Mário Artur Lopes.
A segunda fase, que a autarquia quer promover ainda este ano, abrange mais 17 vias municipais e arruamentos que se encontram em estado de desgaste e deterioração.
Para estas execuções de obra em vias municipais, o município vai recorrer a dois empréstimos bancários, o primeiro já validado, estando o segundo procedimento em curso.
A autarquia explicou que devido ao “elevado serviço de dívida” anteriormente assumido, que em 2022 ainda rondou aproximadamente um milhão de euros, só em 2023 voltou a ter capacidade de endividamento para poder recorrer ao crédito bancário pretendido.
Segundo o autarca, uma terceira fase, que seria a continuidade da ER 314 até à Sobreira, estará dependente da capacidade de endividamento do município.
“Terá que ser analisado mais à frente”, referiu.
Mário Artur Lopes lembrou que a autarquia recorreu a várias instâncias na tentativa de aceder a fundos comunitários para financiar obras em estradas, mas, não tendo sido possível, foi decidido avançar com os empréstimos.