Ocupação de espaços em obras por migrantes e consumo de droga estão a aumentar no Porto, alerta Moreira
João Nogueira
É crescente a ocupação de espaços em obras por parte de comunidades migrantes, tal como para pessoas que o fazem para consumo de estupefacientes. O diagnóstico foi partilhado por Rui Moreira durante a reunião de Câmara do Porto desta segunda-feira.
A vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, expunha um caso específico junto ao Campo Mártires da Pátria, no Porto, quando o presidente da Câmara alertou: “Não é isso que a lei entende”.
O autarca voltou a tecer críticas ao Estado Central e disse que não seria o “justiceiro para impor comportamentos que a lei não obriga”: “Já defendi que o consumo na via pública não é permitido, devido ao ruído que causa para os moradores. Não é isso que a lei entende, não foi isso que os partidos entenderam até agora, e, portanto, não posso naturalmente armar-me em justiceiro para impor às pessoas tipos de comportamentos que a lei não os obriga”.
As declarações surgiram depois de Ilda Figueiredo alertar para as queixas dos moradores da zona da antiga cadeia, próxima ao Campo dos Mártires da Pátria, destacando problemas específicos num prédio desabitado. "Há um prédio desabitado que está a ser ocupado e com problemas que os moradores se queixam e com o aumento de tráfico e com a tendência para o aumento destes consumos", afirmou a vereadora.
Rui Moreira disse que esteve no local recentemente e que recebeu as queixas dos moradores, mas sublinhou esse facto: “Estive lá no outro dia também e as pessoas dizem que lhes causa incómodo. Aquilo que eu lhes disse foi que neste momento esse consumo é permitido, não há nenhuma lei que impeça”, referiu.
Entendo as preocupações dos moradores relativamente ao consumo de droga nestes espaços e os comportamentos expostos na via pública, Moreira disse ainda que também os espaços em obras estão a ser ocupados cada vez mais por populações emigrantes.
“Estamos a verificar que alguma população emigrante tem ocupado os espaços que estão em obras, porque de facto há agora uma grande pressão para o sítio onde essas pessoas podem permanecer”, indicou o autarca.