Jornalistas em greve esta quinta-feira
Porto Canal
O Sindicato dos Jornalistas convocou para esta quinta-feira uma greve geral, entre as 00h00 e as 24h00 de 14 de março.
A “insegurança no emprego”, os “salários baixos praticados no setor” e a “precariedade” são alguns dos motivos que o sindicato invoca para a paralisação marcada para esta quinta-feira.
Após o último congresso dos jornalistas, mais de 270 assinaram uma carta aberta promovida pelo grupo informal ‘Jornalistas Sem Papel’ onde denunciam os problemas da classe.
“Sentimo-nos pouco representados e o que ganhamos não dá para pagar as contas. A precariedade rouba-nos o presente e o futuro”, escrevem.
Consulte aqui o caderno reivindicativo da greve geral de jornalistas:
"A insegurança no emprego, a par com os salários baixos praticados no setor, é um grave obstáculo ao desenvolvimento pleno da profissão de jornalista. É um entrave ao próprio direito dos cidadãos de serem informados livremente.
Um jornalista que não consegue pagar as contas ou ter um mínimo de estabilidade no emprego é um jornalista condicionado no exercício do seu trabalho. O fluxo constante de notícias nas televisões, nos jornais, na rádio e na internet é há anos sustentado por práticas laborais que atropelam os direitos dos jornalistas.
Nós, jornalistas, exigimos:
– Aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022 e a melhoria substancial da remuneração dos freelancers;
– A garantia de um salário digno à entrada na profissão e de progressão regular na carreira;
– O pagamento de complementos por penosidade, trabalho por turnos e isenção de horário;
– A remuneração por horas extraordinárias, trabalho noturno, e em fins de semana e feriados;
– O fim da precariedade generalizada e fraudulenta no sector, pelo recurso abusivo a recibos verdes e contratos a termo;
– O cumprimento escrupuloso das leis do Código de Trabalho, incluindo a garantia do equipamento técnico necessário, em particular para a captação de imagem e som;
– O cumprimento escrupuloso do Contrato Coletivo de Trabalho da imprensa e a generalização da contratação coletiva para o setor audiovisual e da rádio;
– A justa remuneração de quem cumpre o estágio obrigatório para o acesso à profissão;
– Condições humanas e materiais para a produção noticiosa, cumprindo princípios éticos e deontológicos;
– A intervenção do Estado na garantia da sustentabilidade financeira do jornalismo;
– A revisão das estruturas regulatórias da comunicação social e do jornalismo, garantindo a sua atualização e capacidade para salvaguardar a qualidade da informação.
Jornalismo, sempre!
Liberdade não se escreve sem jornalismo
Defende-o, junta-te à greve!"