Pedro Nuno Santos diz que país precisa de um "choque salarial" e não fiscal

Pedro Nuno Santos diz que país precisa de um "choque salarial" e não fiscal
Foto: Pedro Benjamim / Porto Canal
| Política
Porto Canal/ Agências

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira que o país precisa de um "choque salarial", por oposição ao "choque fiscal" que propõe o PSD, vincando que os social-democratas estão "contagiados" pelo liberalismo e pelo populismo.
"Um choque fiscal retira pressão às empresas. Nós precisamos que as empresas percebam e sintam a pressão necessária para continuar a inovar e a modernizar", afirmou, para logo reforçar: "O choque salarial cumpre também essa função. Por isso, foi muito importante para nós aumentar o salário mínimo de 505 euros em 2015 para 820 euros em 2024."

Pedro Nuno Santos falava num comício em Machico, na ilha da Madeira, no qual explicou que o PS defende um "choque de produtividade" e, por consequência, um "choque salarial" ao nível dos salários mínimo, médio e da administração pública.

"Temos de votar PS para o PS ganhar, porque do outro lado o que teremos é um PSD contagiado pelo radicalismo liberal da Iniciativa Liberal e pelo radicalismo populista do Chega", afirmou, para depois acrescentar: "Nós queremos um Governo liberto do populismo, nós queremos um país liberto do liberalismo radical, nós queremos um país de progresso económico e social que respeite todos".

O líder socialista criticou, por outro lado, o presidente do PSD, Luís Montenegro, por não se deslocar à Madeira durante a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 10 de março.

"O meu principal adversário veio cá em setembro passado tentar se colar a uma maioria absoluta [nas eleições regionais], que nunca aconteceu, mas agora que as coisas [não] correram bem é nem vê-lo, não quer sequer aparecer cá", disse, referindo-se à crise política na região, decorrente do processo que investiga suspeitas de corrupção e que motivou a demissão do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e a queda do executivo PSD/CDS-PP.

"Mas o problema não é o PSD/Madeira, o Miguel Albuquerque, [o problema] é a obrigação de estar ao lado dos madeirenses e dos porto-santenses", realçou Pedro Nuno Santos, vincando que, pelo contrário, o PS vem à região em cada ato eleitoral porque respeita os madeirenses e os porto-santenses.

"Para nós Portugal só vale a pena se nós cuidarmos de todas as regiões como sendo regiões de primeira. A Região Autónoma da Madeira é uma região de primeira", disse, lembrando ter já estado na ilha três vezes desde dezembro de 2023.

"Respeitar o povo, respeitar os madeirenses e os porto-santenses, é por isso que nós não tratamos a Madeira de forma diferente de qualquer região do país, de qualquer distrito do país, era só o que faltava", afirmou, para logo reforçar: "O país tem 18 distritos e duas regiões autónomas e nós estaremos em todos os distritos em todas esta campanha, porque Portugal para nós é um país inteiro."

Pedro Nuno Santos disse que o PS "leva sempre a sério a autonomia regional", que classificou como uma das maiores conquistas do 25 de Abril, e tem propostas para a reforçar, por exemplo através da Lei das Finanças Regionais, da revisão da lei da gestão do mar, da promoção da obra do novo hospital e da extinção do cargo de representante da República.

"A Região Autónoma da Madeira precisa de uma mudança política e de uma mudança económica", declarou, num discurso que durou cerca de meia hora e no qual manifestou ter orgulho nos últimos oito anos de governação do PS.

O comício em Machico contou com a presença do líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, cabeça de lista pelo círculo da região autónoma às legislativas de 10 de março, que também criticou o presidente do PSD.

"Luís Montenegro não vem à Madeira porque tem vergonha, tem vergonha do ainda líder do seu partido a nível regional", disse, sublinhando que "Miguel Albuquerque perdeu a credibilidade e a confiança dos madeirenses, mas também perdeu a credibilidade e a confiança do seu próprio partido".

Cafôfo afirmou que o presidente demissionário do Governo Regional, que já anunciou a disponibilidade para se recandidatar em caso de eleições antecipadas, continua "agarrado ao poder" para manter a imunidade perante a justiça, no âmbito do processo em que foi constituído arguido.

"O PPD/PSD, sabemos, bateu no fundo, mas o PS/Madeira não permitirá que este PPD que bateu no fundo leve a Madeira para o fundo, porque nós defenderemos esta região", disse, reforçando que os socialistas pretendem "devolver a decência à política" no arquipélago.

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