De Inglaterra para a Invicta: a génese do FC Porto

De Inglaterra para a Invicta: a génese do FC Porto
| Desporto
Manuel T. Pérez

António Nicolau d’Almeida fundou o FC Porto após uma viagem a Londres em 1893, José Monteiro da Costa seguiu-lhe as pisadas no regresso do Reino Unido, em 1906, e o clube só fez alinhar estrangeiros britânicos até 1924

O mais antigo clube do Norte de Portugal - um dos pioneiros do futebol ibérico - nasceu em 1893 na cidade Invicta, mas foi em Inglaterra que um aristocrata chamado António Nicolau d’Almeida concebeu a ideia de erguer o Foot-Ball Club do Porto.

 
 
 
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O jovem comerciante de vinho do Porto tinha apenas 23 anos quando, numa excursão de trabalho a Londres, percebeu a importância e o potencial do desporto-rei, por isso, mal regressou a casa, decidiu pôr mãos à obra e lançar as bases de uma instituição desportiva capaz de implementar a prática da modalidade em Portugal.

O fundador do Real Velo Club rodeava-se de amigos das bicicletas e até preferia praticar natação, remo ou o jogo do pau, mas nem por isso se coibiu de apelar à fina flor da burguesia estrangeira e estrangeirada portuense para que se juntassem ao projeto de uma vida. Na bagagem trouxe algumas bolas, botas e uma enorme vontade de divulgar a descoberta.

Assim fez. A 28 de setembro de 1893, na data do 30.º aniversário do Rei D. Carlos e do 28.º da Rainha D. Amélia, o monárquico convicto optou pelas páginas do Diário Ilustrado para espalhar a boa nova: “Fundou-se no Porto um club denominado Foot-Ball Club do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do paiz de uma associação para os jogadores d’aquella especialidade”.

Menos de duas semanas volvidas teve lugar o primeiro jogo entre associados, no Hipódromo de Matosinhos, onde os ingleses Nugent e Mackenzie assumiram o papel de capitães das duas equipas que juntaram nomes tão britânicos como os de Arthur, Lacy e Roberto Rumsey, Alfredo e Eduardo Kendall, Guilherme Anderson, Walter Mac Connan, Eduardo Sprakey, A. Johnston, Hans Peters ou Jorge Hardy.

Durante os 12 anos que se seguiram o FC Porto praticamente não existiu, já que António Nicolau d’Almeida acedeu ao pedido da esposa e se afastou do futebol, um desporto bastante violento na ótica de Hilda Rumsey. Contudo, em 1906, igualmente após uma viagem ao Reino Unido, José Monteiro da Costa convenceu os amigos do Grupo do Destino a retomarem a atividade desportiva do clube.

Desde esse dia 2 de agosto, e até 1924, só eram aceites no FC Porto jogadores estrangeiros de naturalidade ou ascendência britânica - como Norman Hall, avançado que se destacava pelo fair-play e que foi ídolo dos portistas na década de 20. Penduradas as botas, o goleador acabou elevado a sócio honorário, passou a trabalhar na Embaixada dos Estados Unidos em Lisboa e ajudou a importar de Inglaterra as sementes que originaram o primeiro relvado do Estádio das Antas.

Esse impedimento desapareceu há precisamente um século, quando Akös Teszler trouxe Mihály Siska para Portugal e quase provocou um terramoto na Invicta. O primeiro técnico remunerado do FC Porto tinha descoberto o guarda-redes no país natal de ambos, contratou-o por iniciativa própria, arranjou-lhe emprego como mecânico nas caves de vinho e garantiu-lhe um salário de mil escudos que enfureceu os puristas defensores do amadorismo.

Inconformados, estes convocaram uma Assembleia Geral Extraordinária para tentarem travar a contratação de um dos grandes talentos europeus, mas sem sucesso. A moção contra o ingresso do húngaro foi copiosamente derrotada na reunião magna de sócios e o excecional guardião tornou-se o primeiro estrangeiro não-inglês a vestir de azul e branco.

Por fim, “but not forgotten”, Bobby Robson. O cavalheiro nascido em 1933 no condado de Durham dividiu a carreira como atleta entre o Fulham e o West Bromwich, assumiu o comando técnico dos londrinos em 1967, passou 14 temporadas no Ipswich e só saiu dos “blues” para a seleção inglesa.

De Wembley para Eindhoven e do PSV para o Sporting, o “Sir” acabou despedido de Alvalade enquanto liderava a Liga e Sousa Cintra pagou esse erro bem caro. Jorge Nuno Pinto da Costa trouxe-o para as Antas, Robson construiu as bases de uma equipa pentacampeã e ganhou tudo o que havia para ganhar no reino do Dragão.

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