Foram realizadas 397 cirurgias entre 2017 e 2023 relativas à mudança de sexo, no SNS.

Segundo o jornal Público a unidade de referência nacional para o acompanhamento de pessoas trans é a Unidade de Reconstrução Génito-Urinária e Sexual (URGUS) o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que só no último ano operaram a grande maioria das pessoas (66).

O Centro Hospitalar Universitário de Santo António no Porto é igualmente uma unidade de resposta e de referência. A chegada do serviço, em maio de 2021, juntou dez especialidades médicas e criou um serviço específico para consultas transgénero, registando 18 operações nesse mesmo ano.

Desde janeiro de 2022, a unidade do Porto faz também cirurgias de “afirmação de género”, como são também designadas, escreve o Público.

Dados enviados pelo hospital de Coimbra ao Público, revelam que o ano passado houve uma ligeira descida e que o ano 2022 foi o ano de maior procura destes serviços, com 78 operações. Porém o ano 2021 não ficou aquém deste número, realizando 54 operações, respetivamente.

Susana Pinheiro, coordenadora da URGUS e cirurgiã do Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, explica que o aumento dos últimos anos não se justifica apenas pela pandemia, mas também devido à “procura crescente nos últimos anos”, resultando do recuo do preconceito e aumento da informação. A coordenadora do Grupo de Reflexão e Intervenção Trans-GRIT da Associação Ilga Portugal, acrescenta que “as pessoas estão muito tempo em lista de espera e, muitas vezes, acabam por desistir ou esperar por uma altura melhor, citado pelo jornal.

Só na URGUS, entre 2017 e 2023 forma realizadas 5502 consultas, revelando que o processo ainda continua a ser muito longo, uma vez que os utentes até obterem elegibilidade para a operação passam por inúmeras consultas.

Processo passa por avaliações psiquiátricas e diversas áreas da medicina, de forma a perceber qualquer contraindicação médica.

Continuam a não ser permitidas cirurgias deste tipo a menores de 18 anos.