Os agentes secretos também foram aumentados e tiveram uma revisão no suplemento com retroativos a janeiro de 2023.

Os protestos das forças de segurança não são novidade.

A luta pela progressão na carreira, por melhores condições salariais e de trabalho bem como pela equiparação a outras forças de segurança, nomeadamente a Polícia judiciária, que recebe um subsídio de missão, tem sido evidente.

Sabe-se agora, de acordo com o Público, que os agentes secretos também foram aumentados e tiveram uma revisão no suplemento com retroativos a janeiro de 2023.

A Informação foi confirmada por fonte do gabinete de António Costa que adianta que tal é uma realidade devido ao “desgaste físico” e ao facto de esta ser uma “profissão de risco”.

Paulo Santos, da Associação Sindical de Profissionais da Polícia, diz que já conhecia esta realidade, não é contra, mas realça que o que mais choca é a diferença de tratamento para a PSP e GNR e a falta de resposta relativamente ao suplemento de missão para estas forças de segurança:

“Aquilo que eu acho estranho é o governo continuar no silêncio, no que diz respeito à resposta a dar à PSP, GNR e Guarda Prisional relativamente ao suplemento de missão. Vai evocando uma narrativa constante de que o governo em gestão não pode responder, vai-se percebendo que a situação da Polícia Judiciária foi resolvida, e bem, relativamente à questão salarial e do suplemento…. Agora sabe-se que, de forma mais blindada, mais secreta, também foi feita uma valorização remuneratória para os elementos dos serviços secretos… A perguntas que se faz é: é para quando uma resposta relativamente à PSP e GNR?”, salienta.

O que é necessário, na perspetiva da associação sindical de profissionais da polícia, é uma valorização igual à que é feita a outros profissionais, em particular, da polícia judiciária:

“Não percebo é como é que na PSP e na GNR, todas as especificidades da Penosidade, da insalubridade, do risco, das restrições de direito que nós temos, não são valorizados na mesma dimensão. Aliás, são valorizados uma dimensão muito mais redutora…Por isso, quero dizer que, em todas estas premissas, na primeira linha estão os profissionais da PSP e da GNR estão na primeira linha porque têm sido aqueles que mais têm ficado de fora de todos estes aumentos salariais”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou, no final do último ano, um diploma que valida a nova realidade nas carreiras especiais dos agentes das secretas.