A Escola da Noite estreia em setembro "Auto dos Físicos" de Gil Vicente

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Porto Canal / Agências

Coimbra, 09 ago (Lusa) -- O "Auto dos Físicos", de Gil Vicente, com encenação de António Augusto Barros, estreia-se no dia 25 de setembro no Teatro da Cerca de S. Bernardo, em Coimbra, pel'A Escola da Noite, anunciou esta companhia.

O texto vicentino já foi trabalhado pel'A Escola da Noite no espetáculo "Uma Visitação", estreado em 1995, sendo agora apresentado por um elenco constituído por Filipe Eusébio, Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães e Sofia Lobo.

Segundo comunicado da companhia coimbrã, a encenação de António Augusto Barros "recupera a carismática e viajada caixa vicentina, um objeto cénico desenhado por João Mendes Ribeiro, que tem acompanhado boa parte do percurso vicentino do grupo".

Gil Vicente é, segundo a mesma fonte, "o dramaturgo mais representado", pel'A Escola da Noite, sendo o "Auto dos Físicos" o seu 12.º espetáculo vicentino.

A estreia é no dia 25 de Setembro, às 21:30, no Teatro da Cerca de São Bernardo, e "após uma curta temporada de quatro sessões abertas ao público em geral, a peça será apresentada em sessões especiais para o público escolar até 13 de novembro, de terça a quinta-feira, em horário diurno, às 11:00 e às 15:00", informa a companhia.

O "Auto dos Físicos" foi escrito e representado pela primeira vez entre 1519 e 1524, e fez parte do livro que reúne as farsas, "Copilaçam", editado em 1562, mas foi retirado pela censura da Inquisição, na edição de 1586.

"Acredita-se, pelo tom chocarreiro e pelo burlesco que a caracterizam, que foi representada em época de Carnaval. Um padre 'morre' de um amor não correspondido e quatro médicos (os 'físicos') visitam-no à vez, sugerindo estapafúrdios remédios. Brásia Dias, a comadre que primeiro o tenta ajudar, um moço transformado em (fraco) alcoviteiro e um padre confessor que compreende "bem demais" o sofrimento do seu colega completam o leque de personagens desta divertida farsa, rematada por uma 'ensalada' vicentina, com referências a outras peças do autor e a elementos do cancioneiro tradicional", afirma a companhia coimbrã em comunicado.

Segundo o texto d'A Escola da Noite, "os quatro 'físicos' correspondem a pessoas que realmente existiam e que o público facilmente reconhecia -- mas é também, como quase toda a obra de Gil Vicente, um retrato da corte, da Igreja e da sociedade portuguesas do século XVI".

António Augusto Barros, de 57 anos, é diretor artístico do grupo desde a fundação, em 1991, tendo iniciado carreira em 1975 no Teatro Experimental da Universidade de Coimbra, onde fundou e dirigiu a revista Teatruniversitario. Escreveu e foi um dos encenadores de "Borisvilândia", a partir de Boris Vian, e um dos fundadores da Semana Internacional do Teatro Universitário / Bienal Universitária de Coimbra, à qual esteve ligado de 1978 a 1990. N'A Escola da Noite, António Augusto Barros encenou mais de 20 espetáculos.

Entre outras funções que desempenhou, foi assessor de direção do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, e diretor do Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra.

A Escola da Noite, desde a sua fundação, apresentou cerca de quatro dezenas de espetáculos, entre autores contemporâneos como Abel Neves, Jose Sanchis Sinisterra, Juan Mayorga, Vicente Sanches e clássicos como Ésquilo, Eurípides, Marivaux, Samuel Beckett, Federico García Lorca, entre outros, segundo dados da companhia.

No ano passado, a companhia estreou as peças "Novas diretrizes em tempos de paz", de Bosco Brasil, e "As Orações de Mansata", de Abdulai Sila.

Paralelamente às temporadas em Coimbra, A Escola da Noite apresentou-se em mais de 50 localidades portuguesas e efetuou digressões à Bélgica, ao Brasil, a Moçambique, à Guiné-Bissau, a Espanha e a Angola, segundo a mesma fonte.

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