Marcelo acusado de “interesse excessivo” pelo CEO do Global Media Group na entrada de investidor

Marcelo acusado de “interesse excessivo” pelo CEO do Global Media Group na entrada de investidor
| Economia
Porto Canal

O CEO do Global Media Group (GMG), José Paulo Fafe, estranha o “interesse excessivo” de Marcelo Rebelo de Sousa no processo que trouxe o World Opportunity Fund (WOF) à estrutura acionista do GMG. O grupo esteve a negociar com o Estado a venda da participação da agência de notícias Lusa, mas não houve consenso.

“O interesse excessivo do Presidente da República em todo este processo é, no mínimo, estranho — e eu estou à vontade para dizê-lo, até porque já lho disse pessoalmente”, refere o líder do grupo em resposta ao jornal Eco.

“Um dia havemos todos de perceber qual a razão que levou o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa a imiscuir-se, da forma insólita como o fez, em todo o processo em redor da entrada do fundo no capital do Global Media” afirma José Paulo Fafe, citado pelo jornal.

“Haveremos de perceber o que, de facto, o terá levado a ser uma das principais pessoas que, nos últimos meses, mais contribuiu para fomentar a intriga em redor do negócio, criando e veiculando boatos sobre o fundo, exercendo pressões, e tentando condicionar até algumas mudanças a nível editorial, alinhando numa campanha inqualificável contra um investidor que, ao invés do que ocorre no setor, se dispôs a investir fortemente nos media portugueses”, acrescentou.

Para o CEO, o presidente da República imiscuiu-se no processo relativo à compra de 50,25% do GMG por parte do fundo de investimento World Opportunity Fund (WOF), detendo também 22,35% da agência Lusa.

Os salários de novembro não foram efetuados, refere o jornal Eco, por “impossibilidade de acesso à banca nacional”, refere a administração num comunicado enviado aos trabalhadores e citado pelo jornal. “Devido à gravíssima situação financeira com que se debate o Global Media Group, com a acumulação de elevados prejuízos e a existência de um total défice de tesouraria, o pagamento atempado dos salários no último ano só foi possível devido a transferências feitas pelo acionista Marco Galinha“, pode ler-se.

“Com a alteração recente na estrutura acionista, em grande parte motivada pelo facto de se tornar insustentável para o referido investidor continuar a suportar sozinho a manutenção do GMG, tais transferências passaram a ser suportadas pelo novo acionista, o World Opportunity Fund (WOF)”, aponta o comunicado.

Compra da Lusa pelo Estado falha por “falta de consenso político alargado”

O processo de compra, pelo Estado, de 45,7% da agência Lusa, pertencentes à Global Media e à Páginas Civilizadas, falhou esta quinta-feira por “falta de um consenso político alargado”.

“No momento atual, não existindo um consenso político alargado, a operação revelou-se inviável”, lê-se num comunicado do Ministério da Cultura, intitulado “Estado não adquire participações sociais na Lusa”.

No texto, o Ministério da Cultura afirma que “caberá ao próximo Governo assumir as suas responsabilidades e encontrar uma solução que garanta o salutar pluralismo, independência e salvaguarda do serviço público prestado pela Lusa - essencial para o conjunto da comunicação social”.

Nas “circunstâncias da atual situação política”, o Governo considera, no comunicado, que não tem condições de tomar esta decisão.

Em quase quatro páginas, o Ministério da Cultura explica todo o processo, desde agosto, com a “manifestação de interesse dos acionistas” da Global Notícias Media Group da Páginas Civilizadas em “alienar as participações sociais que detêm na Lusa”, altura em que o ministro da Cultura “mostrou abertura para iniciar uma negociação para que o Estado pudesse vir a assumir uma posição mais significativa na estrutura acionista” da agência.

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