Jovem recolhe donativos para criar arquivo com fotografias de Arouca em risco

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Porto Canal / Agências

Arouca, 05 ago (Lusa) - Uma aluna da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculos do Instituto Politécnico do Porto está a promover uma campanha de angariação de fundos para criação de um arquivo de imagens em risco de desaparecimento sobre o passado de Arouca.

Adriana Melo é aluna do Mestrado em Fotografia e Cinema Documental, tem familiares com origens em Arouca e revelou à Lusa que foi através deles que descobriu uma série de imagens antigas que, em risco de desaparecerem, retratam uma realidade diferente da que se associa ao passado das grandes cidades.

"A maioria das pessoas tem alguma noção de como era Lisboa e Porto há décadas, porque essas imagens circulam mais, mas não há o mesmo conhecimento sobre zonas rurais como Arouca, onde se tiravam menos fotografias e agora há o risco de essas se perderem para sempre, por falta de preservação", declarou a autora do projeto.

As imagens que Adriana Melo vem recolhendo "estavam guardadas em caixas ou gavetas, coladas umas às outras, sem nenhum cuidado especial", e corriam por isso o risco de ficarem "estragadas para sempre".

"As pessoas esquecem-se que as fotografias não duram para sempre e que precisam ser preservadas de forma a sobreviverem", observa a jovem fotógrafa. "Como não há muitas iniciativas destinadas a preservar imagens, decidi fazer alguma coisa com elas, para as valorizar e manter vivas as suas memórias", afirma.

Agricultura, festas populares e volfrâmio são os temas mais recorrentes no arquivo de Adriana Melo, cuja designação provisória é "Memórias de Arouca". Envolve cerca de 250 fotografias que são propriedade de diferentes famílias, residentes ou não no concelho, e que, na sua maioria, foram captadas por amadores.

Nessa seleção predominam imagens recolhidas entre a década de 40 e 70 do século XX, no que se incluem fotos do trabalho nos campos, de casamentos no Mosteiro e de piqueniques dos anos 30 e 40 na Senhora da Lage, na serra da Freita.

A campanha de angariação de fundos - sobre a qual se pode ler mais no site Indiegogo, pesquisando por "Audiovisual project in Arouca" - pretende assim reunir 2.000 euros para divulgação dessas imagens.

Todos os documentos estão já a ser digitalizados por Adriana Melo, que, em alguns casos, procedeu à recriação dos respetivos cenários, fotografando as suas reencenações no mesmo local das imagens originais.

Considerando que já está prevista para outubro uma exposição sobre o tema no Edifício Axa, no Porto, a verba a angariar também será aplicada nos materiais necessários para a mostra: impressões de grande porte para exibição em salas escuras; acrílicos, luzes e caixilharias; e um catálogo com mais de 100 páginas em formato livro.

Os donativos podem concretizar-se em diferentes formatos, a começar por 1 euro, que dá direito a um convite para a exposição no Porto. O contributo de 5 euros tem a retribuição adicional de uma das fotos do arquivo impressa em formato postal e sucedem-se outras contrapartidas até ao valor máximo de 750 euros.

Por esse montante, o respetivo mecenas é compensado não só com o convite para a exposição e com cinco postais, mas também com acesso online ao projeto, um CD com a sua banda sonora, um DVD documental sobre o processo, uma edição autografada do livro da mostra, um workshop ou sessão fotográfica à escolha e referência expressa na lista de créditos final do projeto como seu produtor executivo.

AYC // MSP

Lusa/Fim

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