Seguro diz que "Portugal precisa de um primeiro-ministro para todas as estações"

| Política
Porto Canal / Agências

Vila Nova de Gaia, 31 jul (Lusa) - O candidato às primárias socialistas António José Seguro disse que "Portugal precisa de um primeiro-ministro para todas as estações", para "o bom tempo" e para "a tempestade" e apontou como regra "só prometer o que pode cumprir".

"Eu considero que Portugal deve ter um primeiro-ministro para todas as estações, isto é quando faz bom tempo e quando faz tempestade e não primeiros-ministros que estão à espera do bom tempo, mas que da tempestade se resguardam", disse Seguro, num encontro com militantes e simpatizantes em Vila Nova de Gaia.

O líder socialista provocava, assim, o seu adversário às primárias de 28 de setembro, António Costa, através de uma "homenagem" que quis deixar ao seu anterior concorrente a secretário-geral, o agora deputado europeu Francisco Assis.

"Eu quero fazer qui uma grande homenagem ao Francisco Assis. Porque o Francisco Assis, tal como eu há três anos que fazia tempestade, e que tempestade fazia, e não hesitamos e demos um passo em frente em nome de valores, de princípios e convicções", afirmou.

No seu discurso, o também secretário-geral do PS enumerou as caraterísticas do país que deseja ver criado, destacando "uma boa escola pública, um bom Serviço Nacional de Saúde e uma boa proteção social".

"Um país que não permita que exista promiscuidade entre a vida política e os negócios por mais legítimos que eles sejam. Um país que tenha políticos que têm de dizer 'sim' e tenham a coragem de dizer 'não' ao que têm de dizer 'não'. E uma regra que introduzimos na vida política é uma regra que já devia ter sido introduzida há muito tempo que é o de só prometermos aquilo que temos mesmo a certeza que podemos vir a cumprir", acrescentou.

Seguro disse reconhecer que "alguns", ainda que "poucos", "consideram que a política tem de ter alguma coisa de manha e que no fundo o que se trata é de iludir os eleitores para tentar arrebanhar, abocanhar, o maior número de votos", prometendo ser um político diferente.

"Se querem um primeiro-ministro assim, eu não sirvo. Mas se querem um primeiro-ministro que fale verdade aos portugueses, que não iluda nenhum problema, que separe a política dos negócios e mobilize o país em torno de um projeto solidário para Portugal, pois bem então juntem-se a nós nesta caminhada para governarmos Portugal devolvendo a esperança aos portugueses", disse o líder do PS.

No seu discurso, Seguro reafirmou o que antes tinha dito aos jornalistas à entrada, a propósito da decisão do Tribunal Constitucional (TC) sobre o Orçamento Retificativo, prometendo que um Governo por si liderado "não vai desistir dos pensionistas e dos reformados".

"Um Governo do PS acabará com a contribuição de sustentabilidade da Segurança Social, isto é acabará com os cortes nas reformas e nas pensões e devolverá esse dinheiro aos pensionistas e aos reformados do nosso país, que é um dinheiro a que eles têm direito para fazer face aos últimos anos da sua vida", vincou o líder do PS.

Por fim, Seguro defendeu que Portugal tem de ter "voz firme na Europa": "Nós, para nos relacionarmos com os nossos parceiros europeus não nos precisamos de ajoelhar. Não temos de pedir desculpa a ninguém. Nós não vamos à Europa para receber ordens. Vamos à Europa para emitir opiniões (...). E não nos calam com cheques. Porque quando nós temos opinião, não nos compram".

PYT // ARA

Lusa/Fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.