Bombeiros de Chaves ameaçam demitir-se se presidente não abandonar funções
Porto Canal
Os Bombeiros Voluntários Flavienses, em Chaves, ameaçaram hoje demitir-se se a presidente da corporação, com quem mantêm uma desavença por alegadas "perseguições", não abandonar o cargo até sexta-feira, tendo esta garantido à Lusa que irá manter-se em funções.
"Nos últimos meses, a presidente da direção anda a perseguir alguns elementos da corporação, por isso, queremos que ponha o lugar à disposição, senão demitimo-nos", disse hoje à Lusa o chefe dos Bombeiros Flavienses, António Duarte.
A presidente da instituição, Helena Barreira, rejeita as acusações, lembrando que a corporação está a ser "radical" e garantindo que não se demite.
"Quando os bombeiros falam em perseguições, só se eles se referem a um processo disciplinar que levantei a uma bombeira, em fevereiro deste ano, por me ter desrespeitado e insultado", explicou.
E, acrescentou, "já passaram mais de seis meses e continuo sem ter desenvolvimentos sobre o caso".
Dos atuais 52 bombeiros do corpo ativo da corporação, 34 já apresentaram a sua demissão, tal como o comandante, Almor Salvador, que, há três meses, está em rutura com a direção, realçou António Duarte.
"O socorro às populações e bens vão ficar em causa porque o quartel vai ficar vazio, logo numa altura crítica", frisou.
Helena Barreira afiançou que "ninguém" irá correr perigos porque o quadro de reserva da corporação é "vasto" e está a ser contactado para reassumir funções.
"Já estou em contactos com os elementos que compõem o quadro de reserva e todos se têm mostrado disponível, aliás muitos deles saíram quando este comandante assumiu funções", salientou.
A presidente da associação disse que a demissão do comandante foi aceite pela "maioria" e já comunicada ao Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Vila Real, a quem compete a conclusão do processo.
A Lusa tentou contactar o comandante Almor Salvador, mas tal não foi possível até ao momento.