Desempenho orçamental é positivo mas é preciso ser visto com realismo, diz Medina

Desempenho orçamental é positivo mas é preciso ser visto com realismo, diz Medina
| Economia
Porto Canal / Agências

O ministro das Finanças destacou esta quarta-feira o desempenho da economia portuguesa e salientou que os resultados orçamentais do primeiro trimestre dão confiança, mas avisou ser preciso cautela porque há impactos de medidas que só chegam no segundo trimestre.

Fernando Medina falava numa audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), quando fez um balanço económico e orçamental até à data e realçou o compromisso do Governo com as contas certas.

“O desempenho orçamental tem também sido positivo”, disse, depois de destacar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses do ano, impulsionado, sobretudo, pelas exportações de serviços e bens e uma recuperação do consumo privado, e a redução da inflação.

O governante considerou que os resultados orçamentais alcançados no primeiro trimestre permitem "olhar com confiança para os objetivos” traçado até ao final do ano, mas que têm de ser vistos "com realismo”.

“Muitas das medidas de apoio face ao choque inflacionista implementadas pelo Governo este ano, só terão reflexo nas contas a partir do segundo trimestre”, explicou.

Em causa estão medidas como o IVA zero, o aumento salarial extraordinário para a função pública e do subsídio de refeição ou o apoio às famílias mais vulneráveis, cujo impacto não está contemplado nas contas do primeiro trimestre em matéria orçamental.

Fernando Medina salientou ainda que “o resultado orçamental conseguido no primeiro trimestre não é dissociável do bom desempenho da economia” e defendeu que “não há qualquer contradição entre apoiar a economia e ter as contas públicas certas”.

“As contas certas são simultaneamente causa e efeito do apoio à economia. Por ter as contas certas, é possível apoiar as empresas e as famílias e é também porque apoiamos as empresas e as famílias, num momento e na medida adequada, que as contas continuam a bater certo”, argumentou.

Perante os deputados da COF, Fernando Medina defendeu que os resultados da economia se traduzem na vida concreta das famílias e das empresas, defendeu a necessidade de reduzir o défice e a dívida pública e destacou a relação entre as medidas de caráter estrutural com as medidas de caráter estrutural, apontando as medidas aprovadas no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

“Os resultados que atingimos no ano de 2022 são particularmente significativos e os resultados que propomos atingir em 2023, retirando Portugal do pódio dos países com a dívida mais elevada da zona euro, são os melhores conteúdos que podemos dar às gerações futuras e à proteção do país para os contextos adversos”, concluiu.

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