Há exatamente três anos, a 18 de março de 2020, era decretado em Portugal, pela primeira vez em democracia, o estado de emergência. No entanto, um dia antes, a 17 de março de 2020, era decretada uma cerca sanitária em Ovar, distrito de Aveiro, para fazer face ao aumento do número de casos Covid-19. As entradas e saídas do município foram vedadas durante um mês.

Hoje em dia, Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, admitiu que viveram uma situação complicada onde foi “extremamente difícil implementar as medidas numa fase inicial”.

Em declarações ao Porto Canal na Tarde Informativa deste sábado, o presidente contou que “houve momentos” em que tal situação não foi compreendida e apesar de “no dia 17 de março de 2020 só termos 20 casos de Covid-19, era um período em que esta pandemia era completamente nova para todos”.

O autarca afirmou que a decisão “por parte do Governo Central obrigou a todo o nosso tecido empresarial e industrial encerrar” e ainda a ver os “seus concorrentes em municípios ao lado trabalhar normalmente”. “Isto tudo criou problemas junto da Câmara, porque o Governo decretou, mas a Câmara é que teve de se ‘safar sozinha’”, acrescentou Salvador Malheiro.

O Presidente da Câmara Municipal de Ovar falou ainda que apesar de existir “um diálogo fácil", através de um telefonema, com o Primeiro-Ministro e Ministra da Saúde,  “em termos concretos estavam muito distantes e todos os problemas caíam sobre a autarquia.

A nível nacional foram, ao todo, 218 dias de estado de emergência em situação de pandemia que afetou todos os portugueses.

O país enfrentou uma realidade nunca antes vivida, realidade que acabou por se repetir 15 vezes, com o último estado de emergência decretado pelo Presidente da República a terminar no dia 30 de abril de 2021.