Câmara de Nelas repudia decisão do Governo de encerrar quatro escolas primárias
Porto Canal / Agências
Nelas, 11 jul (Lusa) - O executivo da Câmara de Nelas aprovou por unanimidade uma moção de repúdio ao Governo, por ter decretado o encerramento de quatro escolas primárias no concelho, todas elas do Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim.
"Tal encerramento é feito sem que em tal decisão tenha sido respeitada a posição da Câmara de Municipal e das juntas de freguesia das localidades envolvidas, autarquias que sempre se manifestaram contra tal encerramento", lê-se no documento.
A moção foi aprovada por unanimidade na quarta-feira, sendo enviada ao Ministério da Educação e Ciência, Secretaria de Estado do Ensino e da Administração Escolar, grupos parlamentares da Assembleia da República e deputados eleitos pelo círculo de Viseu, com "o propósito de diligenciarem com os meios ao seu alcance pela revogação imediata de tão danosa decisão".
A câmara de Nelas rejeita a decisão do Governo que visa o encerramento das escolas do 1.º ciclo do ensino básico de Aguieira, Vale de Madeiros, Lapa do Lobo e Póvoa de Santo António, todas elas do Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim.
"Tal encerramento é uma decisão unilateral e autoritária do Governo e contraria a negociação levada a efeito na Delegação Regional respetiva perante a representante do Governo, doutora Cristina Oliveira, que consensualizou com a Câmara e Agrupamentos de Escola o não encerramento, particularmente por não haver nas escolas de acolhimento quaisquer condições para esse efeito", acrescenta.
A moção sublinha que nenhuma escola do Agrupamento de Canas de Senhorim reúne condições para receber os alunos das escolas a encerrar, apontando ainda que não existe qualquer centro escolar preparado para o efeito.
O encerramento das referidas escolas "retira das mesmas dezenas de alunos, constituindo um duro golpe na principal instituição das aldeias afetadas, criando obstáculos injustificados à fixação de famílias e de novos casais".
O documento considera ainda que a decisão de encerramento, nas condições que ocorre, "manifesta uma completa falta de respeito do Governo pelos municípios e suas instituições representativas; e o propósito de abandono do interior de Portugal e a desistência de criação de um clima de verdadeira igualdade de oportunidades, também na área nuclear da educação".
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