Wall Street fecha em baixa com os problemas do BES a servirem de pretexto

Wall Street fecha em baixa com os problemas do BES a servirem de pretexto
| Economia
Porto Canal

A bolsa nova-iorquina terminou em baixa a sessão de quinta-feira, com os problemas do banco português BES a evidenciarem as fragilidades da economia europeia e a darem aos investidores uma desculpa para venderem.

Os resultados definitivos indicam que o Dow Jones Industrial Average perdeu 0,42% (70,54 pontos), para as 16.915,07 unidades, e o Nasdaq 0,52% (22,83), para as 4.396,20.

O índice alargado Standard & Poor's 500 perdeu 0,41% (8,15), para os 1.964,68 pontos.

Os índices começaram a sessão em perda, dominados pela ansiedade que ganharam as praças financeiras depois da queda bolsista do Banco Espírito Santo (BES), o primeiro banco privado de Portugal.

Os problemas do estabelecimento bancário despertaram os receios dos investidores quanto à solvabilidade dos grupos financeiros portugueses, quando o país acaba de sair de um plano de resgate internacional, mas também de outros países periféricos da Europa.

Com "o dinheiro a correr para os mercados obrigacionistas" destes Estados e os investidores a considerarem Portugal como "um país com solvabilidade sólida", a crise vivida pelo BES foi "uma chamada à realidade", comentou Alan Skrainka, da Cornerstone Wealth Management.

A estas inquietações acrescentou-se a divulgação de indicadores pouco brilhantes sobre a economia da Zona Euro. Depois da Alemanha e do Reino Unido no início da semana, foram a Itália e a França a anunciar, na manhã de hoje, que a sua produção industrial tinha descido de forma significativa.

Com um Dow Jones e um S&P 500 a evoluir perto dos níveis recordes atingidos na semana passada e um calendário de indicadores quase vazio nesta semana, "os bolsistas procuram um pretexto para reduzirem posições e encontraram-no nas notícias desconcertantes provenientes da Europa", considerou William Lynch, da Hinsdale Associates.

Acresce que os investidores manifestaram-se inquietos com a mensagem do banco central norte-americano, Reserva Federal (Fed).

Na ata da última reunião do comité de política monetária (FOMC, na sigla em inglês) a instituição anunciou que deveria terminar em outubro o seu programa de injeção de liquidez nos circuitos financeiros para estimular a economia.

Mas, "ao ler a ata, fica-se com a impressão que não sabem como, nem quando, vão começar a subir as taxas", medida que significaria o fim do afluxo do dito dinheiro fácil ao mercado de capitais. "Esta falta de clareza inquieta um pouco, porque se há uma coisa que os investidores não gostam é a incerteza", sintetizou Lynch.

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