Custo de vida dos portugueses quase triplica desde o início da guerra na Ucrânia
Porto Canal
Após seis meses de guerra, o custo de vida agravou-se para os portugueses. Ir ao supermercado é hoje uma garantia de gastar mais. A inflação alastrou-se aos bens alimentares, aos combustíveis, à eletricidade e agora ao preço do gás.
Com uma guerra que já dura há meio ano, a inflação já faz parte do dia-a-dia dos portugueses. A diferença está na hora de abrir a carteira.
Com a inflação a atingir no mês passado novos máximos em 30 anos, fazem-se contas à vida e já se priorizam gastos na hora de ir às compras.
O aumento do custo de vida em Portugal faz com que um salário de mil euros passe a ter um valor real de apenas 909 euros, à medida que a inflação, hoje nos 9,1%, delapida cada vez mais o poder de compra dos portugueses, pode ler-se no "Correio da Manhã", esta quinta-feira.
No início do ano a taxa de inflação cifrava-se no 3,3%, mas a guerra na Ucrânia despoletou uma escalada dramática dos preços dos bens alimentares e dos produtos energéticos, fazendo subir a inflação para o nível mais alto desde novembro de 1992.
Dados da Deco mostram que o cabaz alimentar de produtos essenciais aumentou 23 euros desde 24 de fevereiro, atingindo atualmente os 206,77 euros. O preço da carne subiu 17,4%, o do peixe perto de 15% e o dos laticínios 10,71%.
A associação de defesa do consumidor explica que “Portugal está altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”.
Para mitigar os impactos da subida da conta do gás, o governo anunciou que quer levantar as restrições para permitir às famílias e pequenos negócios o acesso ao mercado regulado.
Uma medida que de acordo com o ministro do ambiente, vai abranger 1,5 milhões de clientes.