Libertado em breve tripulantes de barco norte-coreano detidos no Panamá
Porto Canal / Agências
Cidade do Panamá, 28 jun (Lusa) -- Os três tripulantes de um barco norte-coreano, retido no Panamá em 2013 quando tentava atravessar o canal com material bélico não declarado de Cuba, vão ser libertados na próxima semana, disse o advogado à agência Efe.
Os tripulantes do navio de bandeira norte-coreana Chong Chon Gang foram absolvidos pela justiça do Panamá, uma vez que "não se podia atribuir a responsabilidade a membros da tripulação que apenas se encontravam no exercício das suas funções, executando e obedecendo a ordens do Estado da Coreia do Norte", justifica um comunicado emitido pelo Tribunal Superior de Justiça.
O advogado dos norte-coreanos, Julio Berríos, disse à agência noticiosa espanhola que assim que for divulgada a decisão judicial os seus clientes serão colocados em liberdade, o que deverá acontecer antes da próxima sexta-feira, já que as partes não foram ainda notificadas formalmente da sentença.
A notificação oficial, segundo o causídico, deverá ser feita na próxima quarta-feira, um dia depois da investidura do Presidente eleito do Panamá, Juan Carlos Varela.
O advogado acrescentou que já encontrou em contacto com o regime norte-coreano para informar da sentença e para pedir dinheiro para os bilhetes de avião dos três norte-coreanos.
A justiça do Panamá também ordenou o confisco de todo o material bélico que foi apreendido no navio Chong Chon Gang, dado que, segundo a sentença, "não se confirmou devidamente quem é o legítimo proprietário".
O navio, proveniente de Cuba, foi intercetado a 10 de julho de 2013 na costa atlântica do Panamá. Havana e Pyongyang disseram que a bordo estavam "240 toneladas de armas defensivas obsoletas, fabricadas em meados do século passado e que deviam ser reparadas" na Coreia do Norte e depois enviadas de novo para Cuba.
Mas, segundo as autoridades do Panamá, tratava-se de armamento para aviões do tipo MIG-21, defesas antimíssil e veículos militares.
Na sentença judicial agora proferida ordena-se a devolução de mais de dez mil toneladas de açúcar sob as quais estavam escondidas as armas, decretando-se ainda a absolvição dos outros 32 tripulantes do navio, os quais foram colocados em liberdade no final de janeiro e abandonaram o país duas semanas depois a bordo do barco que zarpou rumo a Havana.
Em maio, o navio cruzou o Canal do Panamá sem problemas rumo à Coreia do Norte, de acordo com informação oficial.
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