Festas de Amarante recuperam marchas populares que não saíam à rua há 15 anos

| Norte
Porto Canal / Agências

Amarante, 07 jun (Lusa) - As marchas populares das "Festas do Junho", em Amarante, que não saíam à rua há 15 anos, vão realizar-se no domingo com cerca de um milhar de participantes, retomando uma tradição de décadas.

"O objetivo é retomar uma tradição com muitos anos, que diz muito aos amarantinos", contou hoje à Lusa Adélia Ventura, animadora sociocultural ligada à organização.

Esta é a segunda tentativa para retomar a realização regular das marchas populares.

No final da década de 80 do século passado, também se tentou interromper um período de inatividade que já levava cerca de uma década.

Adélia Ventura esteve ligada a esse momento, quando foi convidada pela câmara de então.

Após um estudo das tradições de décadas e ouvidas algumas personalidades que conheciam bem a tradição, foi possível retomar as marchas, então com muitos participantes.

Contudo, alguns anos depois a atividade acabaria por ser suspensa. A animadora atribui a situação à excessiva "rivalidade" que se criou com a atribuição de prémios às melhores marchas.

"Criou-se um certo mal-estar", reconheceu.

No início deste ano, o novo presidente da câmara, José Luís Gaspar, eleito em setembro, desafiou Adélia Ventura a retomar as marchas das "Festas do Junho".

O convite foi feito às 22 freguesias. Onze aceitaram e vão participar no domingo, aceitando receber apenas os prémios de participação.

Nas últimas semanas, tem sido grande a azáfama nos ensaios, preparação das roupas, músicas e versos, envolvendo as comunidades de cada localidade.

Adélia Ventura tem orientado a preparação de cinco marchas inscritas, incluindo a da cidade.

"Vamos ter marchas com muito ritmo e alegres", prometeu.

No domingo, as 11 freguesias vão desfilar no centro histórico, do Largo de Santa Luzia ao Largo do Arquinho, cada uma com os seus arcos coloridos, arranjos florais exuberantes, cantares em verso, músicos e coreografias, o que reproduz o espírito do que se fazia há décadas no concelho.

"As marchas eram uma forma de convívio. A noite das marchas era um momento forte das Festas do Junho", recordou.

"Os versos das músicas vão falar dos costumes, tradições e santos de cada freguesia", explicou, frisando que a devoção religiosa aos santos populares está sempre presente, apesar de Amarante ter S. Gonçalo como padroeiro:

"Eles [santos populares] acabam por fazer parte das Festas do Junho, porque as freguesias têm o S. João, o S. Pedro e Santo António como padroeiros".

Prevê-se que cada um dos grupos, em média, possa levar cerca de 90 "marchantes".

Na maioria deles, disse, vão estar várias gerações representadas, fazendo "uma ponte entre o passado e o presente".

"Tenho marchas que trazem desde crianças da escola primária até pessoas com 70 anos", contou, orgulhosa.

A organizadora espera que nas próximas edições seja possível atrair a participação de todas as freguesias do concelho.

"As marchas populares eram uma tradição que estava adormecida. O que fazemos agora, que é o ano zero, é uma forma de mobilizarmos as populações para participarem nas festas", concluiu.

APM // MSP

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Autarca admite possibilidade futura de voos comerciais no aeródromo de Braga

O presidente da Câmara de Braga admitiu esta sexta-feira que no futuro o Aeródromo de Palmeira poderá vir a acolher voos comerciais, mas sublinhou que a prioridade imediata é utilizar aquela infraestrutura para fins formativos dentro do setor aeronáutico.

Autarca de Braga admite "casos isolados" de habitação ilegal em lojas e garagens

O presidente da Câmara de Braga admitiu a existência na cidade de “casos isolados” de pessoas que pagam para viver em lojas ou garagens, e pediu que as situações detetadas sejam denunciadas, para acionamento dos mecanismos legais.

Subida do preço dos ovos faz folares de Vale de Ílhavo ficarem mais caros

Várias padeiras de Vale de Ílhavo decidiram subir o preço dos folares cozidos em forno a lenha, um produto tradicional desta localidade de Ílhavo, no distrito de Aveiro, devido à escalada do preço dos ovos.