Obama diz ser difícil imaginar UE sem Reino Unido
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 05 jun (Lusa) -- O Presidente norte-americano, Barack Obama, disse hoje, em Bruxelas, que lhe custa imaginar o projeto europeu a correr bem sem o Reino Unido, da mesma forma que não imagina Londres beneficiar com uma exclusão do projeto europeu.
Questionado, na conferência de imprensa no final da cimeira do G7, celebrada entre quarta-feira e hoje, em Bruxelas, sobre a eventualidade de os britânicos decidirem, em referendo, sair da União Europeia -- cenário que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, voltou a dizer ser mais provável caso não haja uma reforma das instituições comunitárias -, Barack Obama lembrou o contributo do Reino Unido para a Europa atual.
Apontando que foi, em boa parte, graças à reação do Reino Unido, na II Guerra Mundial, que é possível a celebração da reunião do G7 hoje em Bruxelas, no coração de uma "Europa unificada e próspera", o Presidente dos Estados Unidos disse que é difícil conceber o projeto europeu sem os britânicos, mas também o Reino Unido fora desse projeto.
"É difícil para mim imaginar esse projeto (europeu) a correr bem na ausência do Reino Unido, da mesma forma que é para mim difícil imaginar que seria vantajoso para o Reino Unido ser excluído de decisões políticas que têm enorme impacto na sua vida económica e política", declarou.
Já David Cameron, confrontado novamente com a sua oposição ao nome de Jean-Claude Juncker para a presidência da Comissão Europeia, reiterou que a subida das forças eurocéticas nas eleições europeias, em França e Reino Unido, constituem uma mensagem com a qual a UE tem de lidar, em vez de pretender que nada se passa, pelo que é "importante ter pessoas à frente das instituições que entendam a necessidade de mudança, de reforma".
Cameron garantiu que o seu objetivo é garantir que o Reino Unido permanece na UE, mas numa "UE reformada", e que, se houver lugar a essa reforma, Londres recomendará sem dúvidas aos cidadãos britânicos que votem pela continuidade, quando houver o referendo.
ACC // VM
Lusa/Fim