Moradores de bairro em Guimarães acusam IHRU de "pressão" e "intimidação"
Porto Canal / Agências
Guimarães, 02 jun (Lusa) - Os moradores dos bairros do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana de Guimarães acusaram hoje o IHRU de "pressão" e "intimidação" por interpor um processo judicial contra quem "travou" os aumentos nas rendas com uma providência cautelar.
Segundo o diretor da Associação de Moradores do Bairro Nossa Senhora da Conceição, Mário Nunes, o IHRU deu entrada com uma ação judicial no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga contra os moradores dos fogos de habitação social daquele bairro a "exigir" o pagamento das rendas "pelos valores atualizados".
Até ao momento não foi possível contactar nenhum responsável do IHRU, instituto contra o qual decorrem 180 providências cautelares interpostas por aqueles moradores com o objetivo de "impedir o aumento abusivo" de rendas que foram alvo no último ano, em três fases distintas.
"Nós aceitamos o primeiro aumento. Tanto que estamos a pagar o valor antigo da renda mais esse aumento, só que esse dinheiro está a ser depositado numa conta à ordem do tribunal, pelo que até tudo isto acabar o IHRU não vai receber nem um euro", apontou Mário Mendes.
Segundo este responsável, "é por isso que agora meteram estes processos, querem meter medo e intimidar os moradores para que desistam da luta e paguem o que o IHRU quer".
Mas, avisou, "o pessoal não está para aí virado".
Segundo Mário Mendes, "o IHRU processou os moradores dos 160 fogos no Bairro da Nossa Senhora da Conceição com a agravante de visarem ambos os elementos do casal, mesmo alguns que já morreram".
Desde 2012 que os moradores dos bairros pertencentes ao IHRU em Guimarães (Nossa Senhora da Conceção, Gondar e S. Gonçalo) contestam os aumentos nas rendas apoiadas, que, dizem, "em alguns casos é de 300%".
Estes aumentos, explicou Mário Mendes, "estão a ser feitos faseadamente", em três tranches.
"Nós aceitamos aumentos. Mas não estes que vão além daquilo que podemos pagar", concluiu.
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