Investimento português no sector agroindustrial de Angola é "prioridade"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 27 mai (Lusa) -- O investimento direto das empresas portuguesas no sector agro-industrial de Angola "é uma prioridade", considera a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) num relatório encomendado pela Associação Industrial Portuguesa sobre o mercado lusófono.
No estudo, a que a Agência Lusa teve acesso, os consultores da PwC afirmam que "apesar das alterações à pauta aduaneira em 2014, Portugal deve continuar a apostar no sector agro-industrial, dado o crescimento das importações verificado em Angola no passado recente e dadas as expectativas futuras decorrentes do incremento do rendimento disponível das populações".
O relatório de 217 páginas sobre 'Angola -- Integração Regional na SADC e Relacionamento com os países da CPLP' foi encomendado pela AIP à PwC e será apresentado na quinta-feira, no âmbito da conferência sobre os mercados lusófonos e o potencial de negócios neste espaço comum.
"O investimento direto no sector agro-industrial torna-se uma prioridade" também devido às políticas de Angola no que diz respeito à expansão do sector interno agro-alimentar, acrescentam os autores do estudo.
O relatório faz uma análise da economia angolana e das relações económicas com a SADC -- Southern African Development Community e com os países da CPLP, concluindo que "o crescimento nos sectores não petrolíferos será impulsionado pelo acréscimo do consumo e por um aumento do investimento público em infra-estruturas e o sector comercial deverá registar um crescimento nos próximos anos, impulsionado pela subida dos rendimentos 'per capita' e pela urbanização em curso".
Por outro lado, continuam, "o sector agrícola continuará a beneficiar da expansão das infra-estruturas nas zonas rurais; e a construção deverá continuar a sua tendência de crescimento acentuado, suportada pelos planos do Governo de construir projetos de habitação em larga escala e de requalificar estradas, pontes, silos e o sistema ferroviário".
Numa outra nota do relatório, os autores alertam que "à medida que o plano de substituição de importações por produção nacional for sendo executado é expectável que surjam novas medidas protecionistas dos respetivos sectores", à semelhança do que já aconteceu com a implementação da nova pauta aduaneira, que o Governo angolano se tem esforçado por sublinhar que deve ser encarada como um convite às empresas a fabricarem em Angola em vez de apenas exportarem para o país.
"A indústria portuguesa poderá beneficiar do forte relacionamento entre os dois países para melhorar a compatibilidade dos produtos exportados 'versus' importações de Angola, nomeadamente, em setores competitivos e que têm vindo a sofrer reduções no consumo interno, como sucede com a maquinaria e alimentos", conclui o relatório.
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