Moçambique: OIM alerta para "congestionamento" de centros de acomodação
Porto Canal com Lusa
Maputo, 24 fev 2021 (Lusa) - A Organização Internacional das Migrações (OIM) alertou hoje para a situação de "congestionamento" de centros de acomodação que acolhem famílias desalojadas pelas intempéries em Moçambique.
"Em alguns centros de acomodação, como no Buzi, chega a haver 10 pessoas a partilhar o mesmo abrigo", lê-se num relatório da OIM.
No princípio do mês havia 34.000 pessoas hospedadas em 36 centros de alojamento temporário devido à falta de condições nas áreas de residência, depois da tempestade Chalane, no final de 2020, e do ciclone Eloise, em janeiro.
As áreas de acomodação "mostram congestionamento, falta de condições sanitárias e falta de medidas preventivas da covid-19".
Os desastres naturais dos últimos meses afetaram profundamente o centro e sul de Moçambique, nas províncias de Sofala, Manica, parte sul da Zambézia, Inhambane e Gaza.
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), 440.000 pessoas foram afetadas e mais de 56.000 casas foram severamente danificadas ou destruídas.
A OIM lançou um apelo de 9,4 milhões de dólares (7,7 milhões de euros) para apoiar os desalojados até setembro.
Os objetivos passam por um "retorno seguro e digno" dos habitantes à medida que houver condições nos seus locais de origem ou atribuindo-lhes outras zonas de reassentamento.
Oito novos locais de reassentamento "foram identificados para famílias cujas condições de retorno não sejam adequados", tendo em conta também a proteção contra futuras tempestades.
"Com a estação das chuvas em pleno vigor e mais tempestades previstas, é preciso dar atenção urgente à necessidade de construir de forma resiliente face ao clima e estabelecer reassentamentos seguros, duráveis e adaptados", conclui a OIM.
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