Covid-19: Tudo joga contra otimismo do Governo de Macau quanto às receitas do jogo para 2021

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Porto Canal com Lusa

Macau, China, 20 jan 2021 (Lusa) -- O economista Albano Martins considera que tudo joga contra o otimismo do Governo de Macau na previsão de receitas do jogo para 2021, apesar de ser um dos territórios mundiais mais seguros no controlo da pandemia.

A tradição conservadora do Governo de Macau na previsão das receitas do jogo no Orçamento deu lugar a um invulgar otimismo, estranhou o economista, que duvida que o valor arrecadado se aproxime das projeções anunciadas para a capital mundial do jogo, que assinala agora um ano desde que registou o primeiro caso de covid-19.

"Tudo joga contra a expectativa dos 130 [mil milhões de patacas de receitas] para este ano. O montante permanece uma grande incógnita, mas acredito que seja melhor do que em 2020, que foi uma catástrofe. Mas não os 10,8 [mil milhões de patacas], a não ser que o Governo de Macau tenha informação privilegiada", procurou resumir, em declarações à Lusa.

"Nunca vi a Administração ser tão otimista, ela que é normalmente tão conservadora", enfatizou o economista, no momento em que se assinala um ano após ter sido anunciado o primeiro infetado pelo coronavírus em Macau, território que viveu em 2020 o impacto de uma crise sem precedentes na exploração do jogo e na indústria turística.

O Governo de Macau estimou que o jogo possa render 130 mil milhões de patacas (13,4 mil milhões de euros) este ano, mesmo assim, metade do valor projetado inicialmente no Orçamento de 2020.

"A técnica habitual nos orçamentos é subestimar receitas e maximizar despesas para não haver 'buraco'", explicou.

Contudo, isso pressupõe que em média os casinos consigam ter receitas mensais de 10,8 mil milhões de patacas (1,12 mil milhões de euros). Isto quando em dezembro, o melhor mês em 2020 para as concessionárias da capital mundial do jogo no período pandémico, as receitas foram de 7,8 mil milhões de patacas (810 milhões de euros).

"A não ser que o Governo de Macau tenha informação privilegiada de Pequim, algo como um aval da China que permita perceber que ainda este ano, por exemplo, se verifique um crescimento do segmento VIP [grandes apostadores], e que pode valer mais de metade da receita", admitiu Albano Martins, que salientou as restrições nos fluxos turísticos, com o segmento de massas a ser fortemente afetado.

"É muito difícil de prever, há demasiadas variáveis, sendo uma delas o facto de a China estar bem ou mal-humorada, de poder fechar ou abrir a torneira", em especial num período em que têm aumentado os casos, contrariando a ideia de que o país tinha a situação pandémica completamente controlada, até porque a maioria dos contágios resulta de surtos locais.

Macau não regista casos há cerca de sete meses, está há quase dez meses sem identificar contágios locais e sem contabilizar qualquer morte ou infeções entre profissionais de saúde.

A pandemia de covid-19 causou mais de dois milhões de mortos e perto de 100 milhões de infetados em todo o mundo.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, com Macau a ser um dos primeiros territórios do mundo a ser atingido pela pandemia.

JMC // PJA

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