Guiné Equatorial quer intensificar atividades de exploração de petróleo em 2021
Porto Canal com Lusa
Malabo, 22 dez 2020 (Lusa) -- A Guiné Equatorial quer intensificar a exploração e produção de petróleo no próximo ano, prevendo a perfuração de três novos poços no Bloco G, a partir de abril, de acordo com um comunicado hoje divulgado.
"A Trident Energy vai perfurar três poços no Bloco G em 2021 -- cada um dos quais deverá demorar 33 dias a completar -- com uma data de início prevista para abril", segundo o comunicado da Africa Oil & Power Conference, que remete para a renovação e intervenção em poços e infraestruturas, anunciada pelo Ministério das Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial.
O Bloco G, que integra os campos de Ceiba e Okume e está localizado a cerca de 15 quilómetros da costa da Guiné Equatorial, deverá assim apresentar "novas oportunidades de desenvolvimento".
Os trabalhos de reparação na unidade de Aseng ficará a cargo da Noble Energy.
Deverão ser também realizados trabalhos nas infraestruturas de Zafiro, Jade e Serpentina.
Recentemente, o programa de trabalhos e de orçamento para 2021, apresentado pelo ministro das Minas e Hidrocarbonetos, Gabriel Obiang Lima, na semana passada, previa 1,1 mil milhões de dólares (900 milhões de euros) em investimento estrangeiro direto nas infraestruturas do setor do petróleo e do gás.
Com este aumento do investimento, o Governo equato-guineense espera um aumento também da produção de hidrocarbonetos.
"A Guiné Equatorial permanece comprometida em fornecer um ambiente permissivo para que as empresas operem no país em tempos bons ou maus. Vamos continuar a trabalhar com todos os operadores para garantir que as melhores medidas são tomadas para apoiar a recuperação das atividades", afirmou então Gabriel Obiang Lima.
Até outubro, a produção total de crude na Guiné Equatorial representava 35,15 milhões de barris, numa média diária de 115.250 barris por dia.
De acordo com o mais recente relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Guiné Equatorial produziu 104 mil barris de petróleo por dia em novembro.
Nos últimos 20 anos, a exploração dos recursos petrolíferos foi o principal pilar para o crescimento desta economia.
Para evitar uma dependência elevada da exploração do petróleo, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) comprometeu-se, em setembro do ano passado, a apoiar a diversificação económica no país, através de um programa que incidirá, entre outros, sobre a transformação agrícola.
De acordo com dados do BAD, a queda do preço do petróleo afetou os investimentos públicos, que em 2017 representaram 17,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da Guiné Equatorial, diminuindo face aos 24,6% registados em 2013.
Devido às consequências da pandemia de covid-19, com o impacto na economia e a diminuição do consumo, o Comité Técnico Conjunto da OPEP tem vindo a recomendar cortes na produção de petróleo.
A pandemia atingiu a procura de petróleo devido ao abrandamento económico global, com restrições à circulação, o teletrabalho e a redução das viagens a provocarem a queda do consumo de energia.
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