Ministra Finanças diz não saber o que são "tentações eleitoralistas" e garante determinação para reformas

| Economia
Porto Canal / Agências

Bruxelas, 05 mai (Lusa) - A ministra das Finanças disse hoje desconhecer o que são "tentações eleitoralistas" e garantiu a determinação do executivo em continuar as reformas e consolidação orçamental, porque "o caminho para a sustentabilidade é ainda longo".

"Aquilo que o Governo diz e corresponde à verdade é que estamos determinados para prosseguir este caminho, porque está a ter bons resultados para Portugal, as eleições são relevantes e fazem parte das regras do jogo da democracia (...) mas a determinação do Governo em fazer o que é preciso é tão forte como sempre foi", afirmou Maria Luís Albuquerque.

A responsável pela pasta das Finanças falava aos jornalistas no final da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, onde apresentou aos ministros da zona euro as razões que levaram o executivo português a optar por uma 'saída limpa' do programa de assistência.

Questionada sobre os riscos associados ao fim do programa, Maria Luís disse que estes existem para "qualquer país" e que existem "ainda muitas fragilidades na economia portuguesa", alertando que processos de reformas "só começam a dar frutos ao fim de três anos".

"Se não mantivermos o rumo isso implica riscos", afirmou, lembrando que Portugal prevê alcançar os 4% de défice este ano e que apenas em 2017 deverá cumprir os 0,5% estipulados pelo tratado orçamental.

"O caminho para a sustentabilidade é um caminho ainda longo", reforçou.

Questionada sobre se a cerca de um ano das eleições legislativas, o Governo pode vir a cair em tentações eleitoralistas, a ministra disse desconhecer esse conceito: "Eu não sei o que são tentações eleitoralistas".

Maria Luís Albuquerque voltou a frisar que o executivo irá levar a cabo com "determinação" o que "é melhor para os portugueses".

Já sobre a necessidade de consensos políticos, respondeu que são desejáveis "tanto quanto possível", mas ressalvou que "não foi o facto de não termos tido consenso que impediu o país de cumprir as metas e chegar a esta fase" de saída do programa.

"Mas se pudermos encontrar pontos comuns isso dá uma maior segurança aos portugueses e aos investidores", admitiu.

ATF// ATR

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