Pesca do peixe-espada preto em risco de parar durante 2021 com redução das capturas

| Economia
Porto Canal com Lusa

Sesimbra, Setúbal, 17 dez 2020 (Lusa) - A redução em 20% nas possibilidades de pesca do peixe-espada preto para 2021 poderá obrigar as embarcações portuguesas a parar durante o ano, alertou hoje a Associação Artesanal Pesca, cujos associados capturam 90% da produção nacional.

O administrador da Artesanal Pesca, Carlos Macedo, disse à agência Lusa que o corte de 20% nas possibilidades de pesca do peixe-espada preto para 2021 "é muito grave e pode trazer efeitos devastadores" para este subsetor.

"Se em 2020, quando os barcos tiveram parados cerca de um mês aquando do confinamento entre março e abril, chegámos a outubro com 80% da quota atingida e não vamos esgotá-la, com a redução de 20%, se pescarmos o mesmo do que este ano, vamos ter de parar em outubro", justificou.

O dirigente frisou que as possibilidades de pesca da espécie para 2021 "põem em risco um quarto do ano e as embarcações vão deixar de ter atividade", uma vez que a pesca acessória dos tubarões de profundidade está também proibida.

A pesca do peixe-espada preto é assegurada por 15 embarcações nacionais (11 das quais são associadas da Artesanal Pesca), que faturam cerca de 10 milhões de euros por ano, de acordo com a associação.

Portugal conseguiu negociar em alta os cortes nas capturas de pescada, linguado e peixe-espada preto, face à proposta inicial da Comissão Europeia, disse hoje o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos.

O peixe-espada preto terá um corte de 20%, menos cinco pontos do que a proposta da Comissão Europeia, tendo sido estabelecida uma quota nacional de 2.241 toneladas.

No que se refere à pescada, e "sem ferir os preceitos da sustentabilidade", foi negociado um corte de 5%, a que corresponde uma quota nacional de 2.495 toneladas, face aos 12,7% inicialmente propostos por Bruxelas.

As capturas de linguado serão reduzidas em 20%, um corte menor do que o de 41,5% que tinha sido proposto em outubro.

A União Europeia chegou hoje a acordo sobre a repartição anual dos Totais Admissíveis de Capturas (TAC) e quotas pesqueiras no Atlântico e no mar do Norte e sobre o plano para o Mediterrâneo.

FCC (IG/EJ) // EA

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