Um avião fretado por intermédio do WikiLeaks está pronto para transportar para a Islândia o norte-americano Edward Snowden, que fez revelações sobre o programa de vigilância de telecomunicações dos EUA, disse um porta-voz do site à televisão islandesa Channel2.

"Está tudo pronto da nossa parte e o avião pode descolar amanhã", anunciou na quinta-feira Olafur Sigurvinsson, diretor da DataCell, parceira da WikiLeaks na Islândia, que controla a recolha de fundos para o WikiLeaks.

O mesmo responsável disse que a empresa fez tudo o que tinha a fazer, preparando o avião e toda a logística faltando apenas uma "resposta justa do governo".

A viagem do norte-americano para a Islândia é referida como pouco provável antes da obtenção de luz verde do Ministério do Interior, escreve a AFP.

"Seria estúpido fazê-lo vir para cá, para depois ser extraditado para os Estados Unidos. Nesse caso, é melhor ele ficar onde está. Nós não queremos assumir a responsabilidade pela sua extradição para os Estados Unidos", concluiu Olafur Sigurvinsson.

O governo islandês escusou comentar um eventual pedido de asilo, indicando que qualquer requerimento deve ser feito pessoalmente em território nacional.

O avião, um jato privado pertencente a uma companhia chinesa, foi alugado graças às contribuições individuais levadas a cabo por intermédio do WikiLeaks.

Segundo Sigurvinsson, levar Snowden para a Islândia custaria pelo menos 40 milhões de coroas islandesas (240.600 euros).

Na quinta-feira, outro porta-voz do WikiLeaks, o islandês Kristinn Hrafnsson, apelou ao seu país para aproveitar a "ocasião única" de ajudar Edward Snowden.

Edward Snowden, que completa hoje 30 anos, está desde 20 de maio refugiado em Hong Kong.

Em entrevista ao jornal The Guardian a 09 de junho, Snowden afirmou que via a Islândia como o país mais próximo das suas opiniões quanto à liberdade de expressão na internet.