Docentes acusam Ministério de usar prova para distrair de problemas mais graves

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 03 mai (Lusa) -- A Associação Nacional dos Professores Contratados (ANPC) acusou hoje o Ministério da Educação de usar a prova de conhecimentos para "distrair os portugueses de situações muito mais graves" que se vivem no ensino.

Com a revogação da última decisão judicial que impedia a realização da Prova de Avaliação de Conhecimento e Capacidades (PACC), o Ministério da Educação e Ciência (MEC) anunciou hoje que irá retomar o processo destinado a avaliar os professores contratados com menos de cinco anos de serviço.

Os sindicatos já ameaçaram com medidas contra a aplicação da PACC (como eventuais pré-avisos de greve para o dia da prova e novas providências cautelares) o que agrada ao presidente da ANPC, César Israel Paulo.

"Nós apoiamos qualquer iniciativa que venha a ser feita na defesa dos nossos colegas e seremos mais um motor no sentido de apelar aos docentes de quadro, que sabemos que não se sentem minimamente confortáveis em aplicar uma prova deste âmbito aos colegas", disse à Lusa César Israel Paulo.

Muitos dos docentes abrangidos pela PACC são, segundo César Paulo, "os que têm mais formação no ensino publico": "muitos já saíram com mestrado, alguns com doutoramento e é absolutamente ridículo aplicar esta prova", lembrou.

"Esta prova foi um 'fait-divers' que o Ministério da Educação encontrou para deixar de chamar a atenção dos portugueses para situações muito graves que se passam na educação, como cortes absolutamente únicos e ímpares", acusou o presidente da associação, lamentando que a prova continue "a servir para distrair os portugueses para situações mais graves".

O MEC sublinhou hoje a importância da decisão do Tribunal Central Administrativo Sul que permite retomar um processo importante para "a qualidade do ensino e do futuro dos alunos".

César Israel Paulo condenou as afirmações do MEC, lembrando que a prova é aplicada a um número "residual" de docentes: "Temos um ministério que continua a dizer que esta prova vai servir para aumentar a qualidade do ensino público e toda a gente já percebeu que não vai aumentar rigorosamente nada".

A realização da PACC esteve desde o início envolta em polémica, com os professores a fazerem greve e boicote e os sindicatos a avançar com 20 providências cautelares.

A primeira parte da prova - a componente comum que é igual para todos os docentes - foi feita no ano passado e, a greve agendada para esse dia e o bloqueio em algumas escolas faz com que cerca de quatro mil dos 13 mil docentes inscritos não a realizassem.

Poucos dias depois era conhecida a primeira das duas decisões judiciais que vieram impedir o MEC de avançar com o processo.

A segunda chamada da componente comum, prevista para janeiro, nunca chegou a ser feita e nenhum dos cerca de 13 mil professores inscritos na PACC fez a componente específica, agendada para abril.

Agora, o MEC prepara-se para agendar novas datas para a realização da PACC e os sindicatos começam a pensar em formas de bloquear esta prova.

SIM // CC

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