Universidade de Coimbra cria primeiro observatório de nanopartículas em Portugal

| País
Porto Canal / Agências

Coimbra, 30 abr (Lusa) -- A Universidade de Coimbra (UC) criou o primeiro observatório de nanopartículas de Portugal, cujo principal objetivo é identificar as nanopartículas existentes e avaliar os seus efeitos na saúde humana e nos ecossistemas.

"A grande missão do recém-criado Observatório de Nanopartículas da Universidade de Coimbra, o primeiro do país", é "identificar os diferentes tipos de nanopartículas existentes e avaliar os seus efeitos na saúde humana e nos ecossistemas, visando a proteção do trabalhador e das populações em geral", afirma a UC, numa nota hoje divulgada.

Com um investimento de "perto de um milhão de euros", suportado por fundos comunitários, através do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), e por receitas próprias, o observatório possui "equipamento e tecnologia de última geração", salienta a instituição.

A nova estrutura dispõe de "um aparelho capaz de detetar, captar e quantificar os diversos tipos de nanopartículas suspensas no ar para as quais o pulmão não funciona como filtro, entrando diretamente na corrente sanguínea", exemplifica a mesma nota.

"As nanopartículas estão presentes em ambientes insuspeitos, onde não há manipulação direta de nanopartículas, consequência apenas de processos industriais convencionais", alerta a UC.

O observatório é constituído por uma equipa multidisciplinar, reunindo "oito investigadores doutorados" em áreas como engenharia, farmácia, medicina e bioquímica, entre outras.

Aqueles especialistas "já promovem ações junto de indústrias de todo o país, especialmente metalomecânicas, para obter o que se pode denominar de 'ciclo completo das nanopartículas', isto é, desde a identificação, quantificação e caracterização, até ao impacto que têm na saúde humana e nos ecossistemas", explica Teresa Vieira, coordenadora do Observatório.

Os trabalhadores, tanto de indústrias ditas convencionais como inovadoras (nanotecnologias), estão expostos a "nuvens" deste tipo de partículas.

As nanopartículas "habitam em todo o lado, são silenciosas e muito invasivas, desconhecendo-se os malefícios que podem provocar", sublinha Teresa Vieira, que também é professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia e responsável pelo Grupo de Nanomateriais e Microfabricação do Centro de Engenharia Mecânica da UC.

"Sem alarmismos" e para "evitar danos", é "essencial obter essa informação para permitir a adoção de medidas de prevenção, monitorização e controlo", através, por exemplo, do desenvolvimento de "sensores de alerta e nanofiltros", sublinha a especialista.

"É consensual a urgência em obter competências e informação sobre estas partículas invisíveis", observa Teresa Vieira.

Com a informação obtida nos estudos em curso, o Observatório da Nanopartículas -- que "também acolhe investigadores de outras universidades do país" -- projeta publicar um "prontuário das nanopartículas", para "apoiar novos estudos e, considerando a ausência de legislação na matéria, contribuir para a definição de limites legais de níveis de nanopartículas presentes na indústria e no ambiente".

JEF // SSS

Lusa/Fim

+ notícias: País

Jackpot de 166 milhões de euros sem vencedor mas prémios a caminho de Portugal

Não foi desta que o montante "chorudo" do Euromilhões foi atribuído. Para o sorteio 033/2024 desta sexta-feira estavam em jogo 166 milhões de euros.

151 milhões de euros em jogo: eis a chave do Euromilhões

Já são conhecidos os números e estrelas do sorteio de Euromilhões desta sexta-feira. Para o sorteio 033/2024 estão em jogo 151 milhões de euros, depois de não terem existido totalistas no sorteio de 23 de abril.

Libertados suspeitos de tráfico de droga e violência doméstica devido à greve dos oficiais de justiça

A greve dos funcionários judiciais levou a que mais cinco detidos tenham hoje sido colocados em liberdade por se ter esgotado o prazo para apresentação a interrogatório judicial, adiantou o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ).