Moçambique: Filipe Nyusi considera combate ao terrorismo necessidade comum da SADC
Porto Canal com Lusa
Maputo, 17 ago 2020 (Lusa) - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apontou hoje o combate ao terrorismo como uma necessidade comum dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), assinalando o imperativo da cooperação regional na luta contra o extremismo.
Filipe Nyusi enfatizou a preocupação com o terrorismo durante o discurso de encerramento da 40.ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC, que se realizou hoje por via virtual, a partir de Maputo.
Durante a cimeira, ficou realçada "a necessidade de reforçar a coesão e cooperação entre os Estados membros da comunidade na prevenção e combate ao crime transfronteiriço, com incidência para o terrorismo, nas suas mais variadas formas e manifestações", declarou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano avançou que a SADC precisa de assegurar a paz para poder alcançar o desenvolvimento social e económico.
"As discussões em torno dos pontos de agenda [da cimeira] sublinharam igualmente o binómio paz e desenvolvimento", frisou Filipe Nyusi.
A clareza sobre a ligação intrínseca entre paz e desenvolvimento permite definir estratégias acertadas sobre a melhor forma de atingir o desenvolvimento sustentável que a SADC persegue desde a sua criação há 40 anos, declarou o chefe de Estado moçambicano.
Filipe Nyusi considerou que as dificuldades no percurso da organização não impediram que a África Austral viva em relativa paz e dentro de valores de democracia e boa governação.
O acento tónico no tema do terrorismo na cimeira de Maputo acontece numa altura em que a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco de ataques de grupos armados classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaça terrorista.
De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.
Moçambique assumiu hoje a presidência rotativa da SADC, para os próximos 12 meses sucedendo à Tanzânia.
A cimeira realizou-se sob o lema "40 Anos Construindo a Paz e Segurança, Promovendo o Desenvolvimento e Resiliência Face aos Desafios Globais".
A SADC é uma organização integrada por 16 Estados membros e foi estabelecida em 1980, como Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC) e, mais tarde, em agosto de 1992, transformada em Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
A organização visa promover o crescimento e desenvolvimento socioeconómico da região com o objetivo de assumir "um papel mais competitivo e efetivo nas relações internacionais e na economia mundial".
África do Sul, Angola, Botsuana, Comores, República Democrática do Congo, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué são os Estados membros da SADC.
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